Avançar para o conteúdo principal
NÃO DIGAM MAL DA PÓVOA!

Há alguns anos (ainda se publicava o «Notícias da Póvoa») realizou-se na Filantrópica um debate sobre a Comunicação Social poveira, com representantes dos quatro semanários locais. Várias questões na agenda: necessidade de tantos jornais, cobertura noticiosa da cidade e do concelho, públicos-alvo, qualidade da informação, jornalismo de investigação, independência dos poderes político e económico, etc. Ficou no ar o desejo da fusão de jornais (dois seriam suficientes, alvitrou um dos representantes), a impossibilidade de se fazer um mínimo de jornalismo de investigação, e também alguma dificuldade do jornalista em «sair fora dos trilhos». Unânime foi a opinião de que seria preciso informar com verdade.
Da assistência alguém pediu a palavra para dizer que tinha que haver algum cuidado naquilo que certos cronistas escreviam, os quais não deviam dizer mal da Póvoa, pois seria uma má imagem que se passava aos nossos emigrantes. De pasmar!
Quando o poder autárquico é o primeiro a não cumprir as leis e regulamentos que se destinam a melhorar a nossa qualidade de vida, quando esse poder considera prioritárias as
obras de lucro fácil e não as necessidades básicas, quando os mesmos responsáveis não promovem as verdadeiras potencialidades da terra e das suas gentes, há só uma saída de verdadeiro poveiro: denunciar as situações anómalas, embora isso nos custe, porque óptimo seria estarmos todos de parabéns. Não é o caso, nos tempos que correm.
E quem pactua com este estado de coisas não está a ser um cidadão (poveiro) de corpo inteiro.

Comentários

deve-se dizer mal do que está mal ebem do que está bem...
se a Póvoa está mal deve dizer-se a verdade...Se aPóvoa está bem deve dizer-se averdade também..

OMITIR TAMBÈM É MENTIR!
CÁ 70 disse…
Evidentemente, Caro Comandante!

São confrangedores e motivo de perplexidade a omissão e o branqueamento das ilegalidades e da incompetência dos responsáveis pelo governo local. Esconder a verdade é o primeiro passo para manter a podridão. É um gesto de cumplicidade que alguns teimam em fazer em nome de uma hipócrita defesa do bom nome da Póvoa, mas que não é mais que o prestar de vassalagem aos poderosos que se temem ou quem com oportunisticamente convém manter a porta aberta ao favor eventualmente necessário. Há gente assim. Que só sabe estar com o Poder. É um vício. Conheço alguns que sempre lamberam as botas a Manuel Vaz, que agora o elegem culpado de todas as culpas, ao mesmo tempo que lambem as botas de Macedo Vieira. Um MV por outro MV...

Mas, o bom nome de uma terra defense-se com rigor, com conhecimento, com verdade e com um combate sem tréguas à deriva dos valores éticos e morais que, de um modo ou de outro, se tem reflectido na forma da cidade e no seu modelo de desenvolvimento.

O inconformismo é renovador e factor de progresso. O silêncio cobarde de ocasião, a troco das migalhas de um sorriso do Poder ou de alguma benesse, é contrário ao bem comum!

J.J.Silva Garcia

Mensagens populares deste blogue

                            PARLAMENTO EUROPEU E LÍNGUA PORTUGUESA       Sirvo-me de um artigo escrito por Anselmo Borges (padre e filósofo) no "Diário de Notícias" (14.04.2012), no qual me inspiro para destacar dois pontos:      - Vasco da Graça Moura, então director do Centro Cultural de Belém, suspendeu a aplicação do Acordo Ortográfico. Poucos tiveram a lucidez e a coragem de tomar idêntica decisão.      - O actual MNE, e então eurodeputado Paulo Rangel, escreveu: "o gesto no CCB é o início de um movimento, cada dia mais forte, de boicote  cívico a uma mudança ortográfica arrogante e inútil " (sublinhado meu).      Está a decorrer em Lisboa a Feira do Livro, que será aproveitada como montra de vaidades e discursos vazios, enquadrados na campanha eleitoral para as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Em tantos discursos de "fervor patriótico"...
O PÉRIPLO Excursionou o executivo camarário, sem a Oposição, por algumas freguesias do Concelho, a observar o andamento das obras . Ora, sendo verdade - ao que afirmam - que todos os trabalhos são devida e continuadamente seguidos, não teria sido necessário "sair da toca", que é como quem diz, sair dos gabinetes. Guiado pelos capatazes, o executivo verificou em Aver-o-Mar o apoio para os tempos livres dos pescadores (uma promessa de há 4 anos, com desenho, do actual presidente da Junta de Freguesia; mas como foi o PSD que ganhou a Câmara...), em Aguçadoura viu (?!) as obras do paredão derrubado pelo mar (ou foi só o lançamento da obra, 7 meses depois da derrocada?), passeou numa rua pavimentada na Estela e viu uma outra em Amorim. Depois de terminado o giro, foi o regresso à Casa-Mãe. A demora maior foi em Aguçadoura: para além das obras, foram os momentos de contemplação da histórica placa da inauguração da estação de tratamento do ...
UM "BURACO" FINANCEIRO? Ontem, 26 de Abril, foi noite de Assembleia Municipal. Sessão Ordinária, com dois pontos em destaque: 1) Carta Educativa da Póvoa de Varzim. 2) Relatório de Gestão e Contas de 2006. - A Carta Educativa é um documento que cumpre o Dec.Lei 7/2003, de 15 de Janeiro, e servirá para planear a rede de ofertas de educação e formação, possibilitando no futuro o exercício de uma cidadania plena e consciente. Interessa a todos nós. Sabe, porventura, o que ela contém? Participou na sua discussão pública? - O Relatório de Gestão e Contas seguiu o guião do costume: o PSD diz que 2006 foi um exercício excelente, com óptimos resultados; a Oposição demonstra que não é exactamente assim. O PS e a CDU apresentaram números (que constam no Relatório). Mas fala "verdade" quem tem a maioria... Será isto que os poveiros merecem? O PS encontrou uma discrepância de 2 milhões de euros e, naturalmente, pediu explicações. Um deputado municipal ...