HONRA E BOM NOME
É curioso notar a frequência e a letra do discurso de certas figuras públicas, mormente autarcas, quando lhes é apontado um reparo que poderá, eventualmente, pôr em causa a sua integridade moral ou a suspeita de prática de actos de gestão duvidosa. O reparo, escrito ou falado, assume sempre dimensão de crime público, que a Justiça (esperam) irá condenar de modo exemplar.
As alegações dos queixosos - gente ao serviço do povo - são as mesmas em qualquer caso: ofensas à honra e ao bom nome dos visados.
Ainda não vi saírem vitoriosos das contendas jurídicas os vilipendiados (sós ou em grupos, os quais se formam para aumentar a "indignação"). Mesmo com recurso a um segundo patamar de julgamento.
A virtuosa honra não foi ofendida. Ficou a desonra.
O bom nome não foi ofendido. Ficou o apelido, tal como no registo.
Por prática de actos ilegais e abuso de poder, um ex-autarca (sempre foi autarca...) perdeu o mandato do cargo para que fora eleito. Sentindo-se traído, não se sabe por quem, fez girar a máquina das suas influências, que apenas serviram para tornar mais negro o cenário: foi condenado a vários anos de cadeia!
Curiosamente, o processo começou no facto do edil em causa se sentir ofendido na sua honra e no seu bom nome, quando alguém comentou a sua administração, que o próprio considerava transparente e sem nada a esconder - o costume.
Continua o ex-autarca, como ele mesmo diz, de consciência tranquila!
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