O (RE)CANDIDATO CAVACO SILVA
As considerações que se seguem poderão servir para fazer uma avaliação de Cavaco Silva, (re)candidato à Presidência da República.
Como 1º Ministro (10 anos):
1 - Não poderei esquecer as fortes restrições financeiras que impôs às Forças Armadas, nomeadamente na aplicação da Lei da Programação Militar (inadmissível num bom economista) e nos vencimentos, com promessas não cumpridas (1991, para ser mais exacto).
2 - Ainda hoje os portugueses se questionam sobre a aplicação dos vultosos dinheiros vindos de Bruxelas, que não serviram para desenvolver, como se devia, as actividades produtoras de riqueza, com especial destaque para a agricultura e as pescas.
3 - No fim do seu 2º mandato apeou-se. Outro que tratasse das coisas! Não discuto questões de carácter e de lealdade para com os seus companheiros. Apenas observo.
4 - Afastou-se, ao que (se) diz, da vida política, e levou 10 anos a fazer a travessia do deserto. Por que motivos?
Como Presidente da República:
1- Por calculismo político, geriu silêncios.
2 -Permitiu que se levantassem e alimentassem suspeitas sobre o bom relacionamento e funcionamento das instituições democráticas (caso das escutas em Belém).
3 -Contrariando algumas sensatas opiniões e ignorando alertas e conselhos, preferiu defender um amigo, Conselheiro de Estado, até ao limite, em vez de prontamente mostrar clarividência, isenção, firmeza e defesa dos superiores interesses do país. Não dignificou o seu cargo.
4 - Apregoa alertas que terá produzido, mas não fez o uso devido das suas competências no que respeita à Assembleia da República:
- convocar extraordinariamente a Assembleia da República;
- dirigir mensagens à Assembleia da República e às Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas.
(Artº 133º da Constituição da Rpública)
5 - Como Comandante Supremo das Forças Armadas (Artº 134º da Constituição da República), deveria ter exercido efectivamente as suas funções e não permitir o público aviltamento da Instituição Militar. Não dignificou as Forças Armadas.
Como (re)candidato à Presidência:
1 - Mantendo-se inalterados os seus poderes, permitidos pela Constituição, como pode Cavaco Silva prometer uma magistratura activa num eventual próximo mandato? E no primeiro mandato, que agora termina, como foi então a sua magistratura? Passiva? Demitiu-se de algumas das suas funções ou deveres?
2 - Ao fim de cinco anos na Presidência, o (re)candidato apresenta o "populismo presidencial", referindo injustiças na sociedade, com desigualdades, pobreza e fome, problemas que poderão "ser resolvidos por um presidente com experiência".
Razões (estas e outras) mais que bastantes para não desejar Cavaco Silva na Presidência da República!
As considerações que se seguem poderão servir para fazer uma avaliação de Cavaco Silva, (re)candidato à Presidência da República.
Como 1º Ministro (10 anos):
1 - Não poderei esquecer as fortes restrições financeiras que impôs às Forças Armadas, nomeadamente na aplicação da Lei da Programação Militar (inadmissível num bom economista) e nos vencimentos, com promessas não cumpridas (1991, para ser mais exacto).
2 - Ainda hoje os portugueses se questionam sobre a aplicação dos vultosos dinheiros vindos de Bruxelas, que não serviram para desenvolver, como se devia, as actividades produtoras de riqueza, com especial destaque para a agricultura e as pescas.
3 - No fim do seu 2º mandato apeou-se. Outro que tratasse das coisas! Não discuto questões de carácter e de lealdade para com os seus companheiros. Apenas observo.
4 - Afastou-se, ao que (se) diz, da vida política, e levou 10 anos a fazer a travessia do deserto. Por que motivos?
Como Presidente da República:
1- Por calculismo político, geriu silêncios.
2 -Permitiu que se levantassem e alimentassem suspeitas sobre o bom relacionamento e funcionamento das instituições democráticas (caso das escutas em Belém).
3 -Contrariando algumas sensatas opiniões e ignorando alertas e conselhos, preferiu defender um amigo, Conselheiro de Estado, até ao limite, em vez de prontamente mostrar clarividência, isenção, firmeza e defesa dos superiores interesses do país. Não dignificou o seu cargo.
4 - Apregoa alertas que terá produzido, mas não fez o uso devido das suas competências no que respeita à Assembleia da República:
- convocar extraordinariamente a Assembleia da República;
- dirigir mensagens à Assembleia da República e às Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas.
(Artº 133º da Constituição da Rpública)
5 - Como Comandante Supremo das Forças Armadas (Artº 134º da Constituição da República), deveria ter exercido efectivamente as suas funções e não permitir o público aviltamento da Instituição Militar. Não dignificou as Forças Armadas.
Como (re)candidato à Presidência:
1 - Mantendo-se inalterados os seus poderes, permitidos pela Constituição, como pode Cavaco Silva prometer uma magistratura activa num eventual próximo mandato? E no primeiro mandato, que agora termina, como foi então a sua magistratura? Passiva? Demitiu-se de algumas das suas funções ou deveres?
2 - Ao fim de cinco anos na Presidência, o (re)candidato apresenta o "populismo presidencial", referindo injustiças na sociedade, com desigualdades, pobreza e fome, problemas que poderão "ser resolvidos por um presidente com experiência".
Razões (estas e outras) mais que bastantes para não desejar Cavaco Silva na Presidência da República!
Comentários
O senhor Presidente da República, na sua mensagem de Ano Novo, colocou a necessidade de os Portugueses saberem para onde vai o País em matéria de cuidados de saúde.
Fez bem, ainda que tenha sido num dos seus Governos, enquanto primeiro-ministro, que alguém colocou o ovo da serpente no ninho da cotovia.
Para os que não se lembrem, o ovo da serpente foi o Decreto-Lei nº 19/88, de 21 de Janeiro, há exactamente 20 anos. Foi aí que nasceu a destruição do Serviço Nacional de saúde, que tinha então cerca de dez anos depois de consolidado.
Foi nessa altura que se entregaram as direcções de alguns hospitais a «personalidades de reconhecido mérito» que não tinham de ser médicos nem administradores hospitalares (Decreto Regulemntar nº 3/88, de 22 de Janeiro).
Resumindo, há cerca de vinte anos que o real poder económico, que é quem manda no aparente poder político, decidiu agarrar todas as áreas do Serviço Nacional de Saúde que a sua imaginação consiga vislumbrar, como transformáveis em fontes de lucros chorudos.
É assim que as coisas são e é isso que vai acontecer, seja qual for o Ministro, seja qual for o Governo, desde que seja de maioria absoluta (a tarefa exige força e tempo).
Como ainda não vi ninguém contribuir com informação ou opiniões para a preocupação do Senhor Presidente da República, aqui vai o meu modesto contributo:
1 – Andam por aí umas pessoasinhas e umas instituiçõesinhas, (privadas, públicas, ou assim-assim…) todas muito contentinhas com os negóciosinhos que vão fazer na área dos cuidados de saúde;
2 – Mas esquecem-se que qualquer actividade que seja lançada no mundo dos negócios, fica imediatamente sujeita às leis do mercado, isto é, à lei do mais forte;
3 – E assim, a primeira coisa que vai acontecer, é esses negóciosinhos serem todos absorvidos por uma ou duas grandes empresas portuguesas;
4 – Acontece que Portugal é um país muito pequenino, perante outras empresas de outros países que estejam, e já estão, instaladas nesses negócios;
5 – E assim sendo, essas grandes empresas de países realmente grandes, olharão para as nossas “grandes empresas” como uma espécie de filiaisinhas de província.
6 – Assim as olharão e assim as engolirão.
7 - E então, por voltas do ano 2025, a saúde e a vida dos Portugueses, estarão dependentes dos lucros de empresas que, nessa altura, já nem serão portuguesas (já está a acontecer em outras áreas).
8 – Será tratado e/ou operado, quem tiver dinheiro para pagar à factura, tenha ou não tenha os tais seguros de saúde.
9 – Nessa altura, muitos dos actos médicos em Portugal serão praticados por médicos contratados nos saldos dos países subdesenvolvidos.
10 – E os médicos portugueses, muitos terão emigrado, ou terão aceitado trabalhar em condições miseráveis, comparadas com as que têm tido nos últimos trinta anos.
11 – A esperança média de vida dos Portugueses terá descido entre 3 e 5 anos.
12 – E assim, a Segurança Social, nessa altura também já privatizada, será um inesgotável e fabuloso negócio.
É para aqui que está a ir o País.
Se não for, em 2020 pedirei desculpas por ter-me enganado.
Domingos Figueiredo
Alverca do ribatejo
espero que tenha lido (e apreciado) o meu "retrato político" do candidato. É um excerto da crónica de Miguel sousa Tavares de 3 de Outubro de 2009, e parece-me das melhores coisas que têm sido escritas sobre "sua alteza, a donze-la-imaculada-qu-não-fala-co-estranhos.
Sobretudo, vindo de Miguel Sousa Tavares.
penso que as pessoas que pensam como nós, deviam dar o máximo de "movimento" ao "retrato".
Amanhã vou digitalizá-lo integralmente e neviar para aqui.
No Coment anterior, inseri um texto meu que foi publicado no Diário de Notícias em Fev.2008 e no Público em Outubro (?) de 2010.
O candidato, na passagem de ano de 2008, aproveitou a contestação que grassava pelo Norte por causa do encerramento das maternidades, para se pôr em bicos de pés e eu respondi-lhe assim.
Tenha um Bom Dia.
http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=30940060&postID=5356474190371416126
«Populismo» e mais «demagogia» em doses macissas! enfim um cocktail nada recomendável a um país doente...
Alertas, onde estão eles? Convocou o Conselho de Estado para dar esses alertas? Fê-lo por causa da questão menor dos Estatutos dos Açores...
Alertou publicamente para a corrupção na banca?
Alertou para a necessidade de criminalizar o enriquecimento ilícito?
Nada fez que invertesse o rumo das coidsas no que tiveram de pior!
«Não comento, não comento!...» é uma atitude manhosa, esfíngica procurando driblar as perguntas incómodas que, de uso tão frequente, já roça o anedótico!!!
veio manifestar a sua preocupação sobre se «as imagens desta massa humana que me acompanham, estarão a chegar a casa dos portugueses através da comunicação socila»
É preciso não ser deste mundo!!!
Então o candidato não sabe que as multidões apoiantes servem apenas para manifestarem o seu apoio aos candidatos e para lhes darem ânimo?
Isto é claro, quando são «massas humanas» que se juntam à espera dos candidatos.
As «massas humanas que (o) acompanham»... ele lá saberá... para o que servem...
Mas então o candidato ainda acredita em carneiradas?
Ainda acredita que alguém decide o seu voto em frente à televisão por ver mais ou menos gente junto de um candidato?
Quem é que vota nesta criatura?
Com a chegada das administrações hospitalares aos Hospitais Públicos depois das alterações da Lei feitas por Cavaco Silva em 1988, aconteceu de tudo:
1- No Norte de Portugal, um hospital teve a um conselho de administração presidido por um professor primário reformado;
2- Outro hospital, foi entregue a um fabricante de facas;
3- Outro, foi entregue a um homem que era conhecido pelas bebedeiras que carregava a qualquer hora;
4- Cozinhas e lavandarias, e até as morgues (1) , foram entregues a empresas, algumas de competência mais que duvidosa;
5 - Reciclagem de resíduos sólidos hospitalares, formam entregues a empresas, algumas sem qualquer competência, cujas acções acabaram em processos criminais por crimes contra o ambiente e a saúde pública (foram encontradas centenas de toneladas de lixos infectos que o Estado pagou para serem queimados, abandonados em velhos armazéns de fábricas desactivadas);
6- Os Administradores Hospitalares de carreira, foram, em alguns casos, completamente desautorizados e substituídos por pessoas, cuja única “competência” era o cartão do PSD;
(1) – Uma morgue de um Hospital no Alentejo, foi concessionada à exploração de um homem que era o habitual fornecedor de batatas para o Hospital. A canalhagem acabou, no dia em que faleceu o pai de um médico do hospital e lhe exigiram 15 contos (se a memória me não engana) para levantar o corpo do pai.
(2) Veio tudo nos jornais da época,
(3) Isto, para não falar nos doentes que morreram, por fazerem hemodiálise em aparelhos com a tecnologia aldrabada… para poupar na despesa.
Já ninguém se lembra?
Foi assim, até que, em 1995, o cavaquismo governante desapareceu … no fuma das suas trapalhadas…
É a isto que Cavaco chama “estado social”?
PS: O Diário de Notícias de hoje, 16 de Janeiro de 2011, conta a história de uma idosa sem abrigo, que morreu de frio à porta de uma "instituichãojinha" de apoio aos pobres dessas que pululam por aí, porque foi castigada por se ter esquecido de cumprir uma regra da casa: entregar a chave de um cacifo antes de sair, de amnhã.
É a isto que Cavaco chama
“estado social”!!!
Com a chegada das administrações hospitalares aos Hospitais Públicos depois das alterações da Lei feitas por Cavaco Silva em 1988, aconteceu de tudo:
1- No Norte de Portugal, um hospital teve a um conselho de administração presidido por um professor primário reformado;
2- Outro hospital, foi entregue a um fabricante de facas;
3- Outro, foi entregue a um homem que era conhecido pelas bebedeiras que carregava a qualquer hora;
4- Cozinhas e lavandarias, e até as morgues (1) , foram entregues a empresas, algumas de competência mais que duvidosa;
5 - Reciclagem de resíduos sólidos hospitalares, formam entregues a empresas, algumas sem qualquer competência, cujas acções acabaram em processos criminais por crimes contra o ambiente e a saúde pública (foram encontradas centenas de toneladas de lixos infectos que o Estado pagou para serem queimados, abandonados em velhos armazéns de fábricas desactivadas);
6- Os Administradores Hospitalares de carreira, foram, em alguns casos, completamente desautorizados e substituídos por pessoas, cuja única “competência” era o cartão do PSD;
(1) – Uma morgue de um Hospital no Alentejo, foi concessionada à exploração de um homem que era o habitual fornecedor de batatas para o Hospital. A canalhagem acabou, no dia em que faleceu o pai de um médico do hospital e lhe exigiram 15 contos (se a memória me não engana) para levantar o corpo do pai.
(2) Veio tudo nos jornais da época,
(3) Isto, para não falar nos doentes que morreram, por fazerem hemodiálise em aparelhos com a tecnologia aldrabada… para poupar na despesa.
Já ninguém se lembra?
Foi assim, até que, em 1995, o cavaquismo governante desapareceu … no fuma das suas trapalhadas…
É a isto que Cavaco chama “estado social”?
PS: O Diário de Notícias de hoje, 16 de Janeiro de 2011, conta a história de uma idosa sem abrigo, que morreu de frio à porta de uma "instituichãojinha" de apoio aos pobres dessas que pululam por aí, porque foi castigada por se ter esquecido de cumprir uma regra da casa: entregar a chave de um cacifo antes de sair, de amnhã.
É a isto que Cavaco chama
“estado social”!!!
"Eu não sei se as imagens desta maré humana que me tem acompanhado chegam a casa dos portugueses através da comunicação social, ou se estão ou não a ser escondidas. É qualquer coisa que eu não sei, porque não acompanho hoje o dia-a-dia da comunicação social",
(Sapo)
http://presidenciais2011.sapo.pt/info/artigo/1121594.html