CORRUPÇÃO
"Fulano não é corrupto", afirmam os que nunca lhe viram o porta-moedas ou as luvas.
No entanto, esse mesmo Fulano pode ser um "doutorado" corrupto se tivermos em conta as definições do "Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa". Segundo esta obra de referência,
CORRUPÇÃO é, na generalidade, o acto, processo, ou efeito de corromper.
Pode a corrupção apresentar-se nas seguintes formas, muito vulgarizadas, e que tende a "passar ao lado", sem se fazer notar:
1. acto ou efeito de subornar uma ou mais pessoas em causa própria ou alheia, geralmente com oferecimento de dinheiro, configurando o suborno (ex: "usou a corrupção para aprovar o seu projecto entre os membros do partido").
2. emprego, por parte de grupo de pessoas de serviço público e/ou particular, de meios ilegais para, em benefício próprio, se apropriar de informações privilegiadas, geralmente acarretando crime de lesa-pátria.
Não se pode deixar de ter presente que, segundo a mesma obra, CORROMPER é "tornar diferente do que era originalmente, por adulteração".
Com esta classificação sem ambiguidades, a nossa atitude para com os potenciais corruptos terá que mudar, e não nos admiremos, pois, que se esgote a lotação do grande autocarro da corrupção.
Comentários
Um desertor é sempre um corrupto...
...corrompeu-se ou corrompeu alguém...
-logo a revolução é igual a corrupção... e o reformismo também...
Incorruptíveis, só Deus... e as ideias nobres!
O legislador (lato sensu) ao elaborar as leis (gerais e abstractas) cria a estatuição e a cominação!
Ao cominar, pressupõe que num dado universo, possa haver quem não cumpra, daí a necessidade da sanção (como factor dissuasor...).
Pode haver incumprimento da lei sem obtenção de favores mas haverá sempre suspeitas sobre quem, conhecendo a lei, a viola...
E suspeitar, é humano, legítimo e ninguém pode sentir-se ofendido por isso. Até o legislador desconfia... suspeita... sobretudo quando os montantes em jogo são elevados!
Pergunto-me: quantas pessoas terão já pensado nisto? Quantas ficaram indiferentes? Quantas continuarão a conviver com a corrupção?
Apraz-me registar os comentários apresentados, que agradeço, porque enriquecem o debate(mas há quem, a sete pés, fuja ao debate!).
Quanto à descolonização("cá fico"), não posso aceitar que ela - a descolonização - tenha sido um acto de corrupção. Na falta de mais elementos, um redondo não. Mas não duvido que, ao longo de todo o processo, tenha havido muita corrupção.
Na verdade, caro "rouxinol", quando escrevi as definições, pensei nisso mesmo: no limite, incorrupto só Deus!
Mas pode-se sempre tentar a aproximação. E muitos de nós continuaremos a ser não corruptos.
E Deus nos defenda!
Agradeço a vossa colaboração.