Avançar para o conteúdo principal



           O  ESTADO  EM  QUE  VIVEMOS (II)


     Vimos, no último texto, quais são as Tarefas Fundamentais do Estado, que teriam de ser cumpridas, sem qualquer desvio, para se obedecer à Constituição.
     Que isso não tem acontecido, já o sabemos.

     Para por em prática aquelas Tarefas do Estado, elege-se um Governo - que é, por definição, o órgão de condução da política geral do país e o órgão superior da Administração Pública (Art. 182º da CRP) -, o qual segue uma orientação definida e aprovada, segundo um programa político.
     Dar-lhe cumprimento é a sua missão. A isso se compromete o Governo.

     O Estado tem, obviamente, necessidades financeiras que devem suportar os custos das medidas políticas introduzidas. Criou-se, para isso, o Sistema Fiscal e Financeiro, que exigirá uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.

     A participação dos cidadãos, neste processo de contabilidade pública, é feita por intermédio do pagamento de impostos. Cada um pagará o seu quinhão, por pouco que seja, da parte dos mais pobres, esperando-se que dos mais ricos sairá uma contribuição maior.
     Caberá ao Governo saber administrar e ser justo.

     Fácil tem sido administrar mal e ser injusto na aplicação dos impostos (às vezes com outras designações), e, quando já não bastam os erros naturais de má gestão, juntam-se muitas vezes a incompetência, a desonestidade e a corrupção.

     Os desvios da boa conduta - obrigatória - agravam os problemas, que o Governo tenta remediar (ou encobrir) com recurso a estratagemas condenáveis e ilegítimos, por serem contrários aos princípios gerais estabelecidos na Constituição.
     Um deles - o mais usado - é o que contraria o nº 3 do Art. 103º da CRP: ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição e que tenham natureza retroactiva.

     Este último procedimento abusivo, reiteradamente aplicado pelo Governo, viola grosseiramente a Constituição da República, que se jurou defender!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

                            PARLAMENTO EUROPEU E LÍNGUA PORTUGUESA       Sirvo-me de um artigo escrito por Anselmo Borges (padre e filósofo) no "Diário de Notícias" (14.04.2012), no qual me inspiro para destacar dois pontos:      - Vasco da Graça Moura, então director do Centro Cultural de Belém, suspendeu a aplicação do Acordo Ortográfico. Poucos tiveram a lucidez e a coragem de tomar idêntica decisão.      - O actual MNE, e então eurodeputado Paulo Rangel, escreveu: "o gesto no CCB é o início de um movimento, cada dia mais forte, de boicote  cívico a uma mudança ortográfica arrogante e inútil " (sublinhado meu).      Está a decorrer em Lisboa a Feira do Livro, que será aproveitada como montra de vaidades e discursos vazios, enquadrados na campanha eleitoral para as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Em tantos discursos de "fervor patriótico"...
O PÉRIPLO Excursionou o executivo camarário, sem a Oposição, por algumas freguesias do Concelho, a observar o andamento das obras . Ora, sendo verdade - ao que afirmam - que todos os trabalhos são devida e continuadamente seguidos, não teria sido necessário "sair da toca", que é como quem diz, sair dos gabinetes. Guiado pelos capatazes, o executivo verificou em Aver-o-Mar o apoio para os tempos livres dos pescadores (uma promessa de há 4 anos, com desenho, do actual presidente da Junta de Freguesia; mas como foi o PSD que ganhou a Câmara...), em Aguçadoura viu (?!) as obras do paredão derrubado pelo mar (ou foi só o lançamento da obra, 7 meses depois da derrocada?), passeou numa rua pavimentada na Estela e viu uma outra em Amorim. Depois de terminado o giro, foi o regresso à Casa-Mãe. A demora maior foi em Aguçadoura: para além das obras, foram os momentos de contemplação da histórica placa da inauguração da estação de tratamento do ...
UM "BURACO" FINANCEIRO? Ontem, 26 de Abril, foi noite de Assembleia Municipal. Sessão Ordinária, com dois pontos em destaque: 1) Carta Educativa da Póvoa de Varzim. 2) Relatório de Gestão e Contas de 2006. - A Carta Educativa é um documento que cumpre o Dec.Lei 7/2003, de 15 de Janeiro, e servirá para planear a rede de ofertas de educação e formação, possibilitando no futuro o exercício de uma cidadania plena e consciente. Interessa a todos nós. Sabe, porventura, o que ela contém? Participou na sua discussão pública? - O Relatório de Gestão e Contas seguiu o guião do costume: o PSD diz que 2006 foi um exercício excelente, com óptimos resultados; a Oposição demonstra que não é exactamente assim. O PS e a CDU apresentaram números (que constam no Relatório). Mas fala "verdade" quem tem a maioria... Será isto que os poveiros merecem? O PS encontrou uma discrepância de 2 milhões de euros e, naturalmente, pediu explicações. Um deputado municipal ...