Avançar para o conteúdo principal
REVOLTA SEM VIOLÊNCIA

Contra as voltas desregradas que o nosso pequeno mundo dá, só as revoltas podem reorientar os movimentos ajustados que reponham o equilíbrio dos sistemas. Revoltas alimentadas pela indignação dos que são seres livres, com direito ao respeito pela sua própria dignidade.
Não se indignar significa desvalorizar-se como ser humano, colocar-se à margem da sociedade de que se faz parte e à qual há por obrigação fazer total entrega no sentido de a melhorar.
Indignar-se é lutar contra as virtudes atraiçoadas que ofendem o indivíduo, que degradam a família, que enfraquecem a sociedade e destroiem o Estado.
A indignação pode ser apenas um alerta do desespero que nos consome ou o espelho de um estado de alma que nos enluta.
É urgente que o indignado quebre silêncios e se manifeste.
Que grite.
Que seja exigente.
Que não suporte injustiças.
Que se revolte, sem violência.

A arma da nossa revolta sem violência é um livro: a Constituição da República Portuguesa. O Livro do Povo!
Livros brandidos pelos jovens que amam o futuro e que não querem perder o seu país. Livros brandidos pelos mais idosos que não desistem de lutar pela dignidade da sua Pátria.
Obriguem-se TODOS a cumprir os textos, porque NINGÚEM está dispensado do seu cumprimento nem deles pode alegar ignorância.
Basta eleger três artigos fulcrais do "livro da revolução sem violência", os quais, servindo de escudo e de bandeira, resolverão problemas que sistematicamente nos têm arruinado, sem achamento propositado de responsáveis.

Artigo 22º:
O Estado e demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por acções ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.

Artigo 80º:
A organização económico-social assenta no princípio da subordinação do poder económico ao poder político democrático.

Artigo 54º:
É direito dos trabalhadores criarem comissões de trabalhadores para defesa dos seus interesses e intervenção democrática na vida da empresa.

Juntem-se nas praças e avenidas, e aí permaneçam até que surja claro entendimento. Sem violência. E sem ruídos, talvez desnecessários, porque há silêncios que amedrontam.

Comentários

José Leite disse…
O indeclinável direito à indignação...

Mensagens populares deste blogue

                            PARLAMENTO EUROPEU E LÍNGUA PORTUGUESA       Sirvo-me de um artigo escrito por Anselmo Borges (padre e filósofo) no "Diário de Notícias" (14.04.2012), no qual me inspiro para destacar dois pontos:      - Vasco da Graça Moura, então director do Centro Cultural de Belém, suspendeu a aplicação do Acordo Ortográfico. Poucos tiveram a lucidez e a coragem de tomar idêntica decisão.      - O actual MNE, e então eurodeputado Paulo Rangel, escreveu: "o gesto no CCB é o início de um movimento, cada dia mais forte, de boicote  cívico a uma mudança ortográfica arrogante e inútil " (sublinhado meu).      Está a decorrer em Lisboa a Feira do Livro, que será aproveitada como montra de vaidades e discursos vazios, enquadrados na campanha eleitoral para as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Em tantos discursos de "fervor patriótico"...
                                                    PORTUGAL E BRASIL      A próxima cimeira luso-brasileira, a 19 deste mês, vai juntar os mais altos governantes dos dois países para prepararem (ou assinarem?) nada mais, nada menos do que 20 acordos!      Esta é uma possível boa notícia.      Na cimeira serão tratados assuntos relativos, entre outros, a Defesa, Justiça, Saúde, Segurança, Ciência e Cultura. Ciente das suas responsabilidades, o Governo português terá recolhido opiniões alargadas e fundamentadas sobre cada uma das áreas, no sentido de melhor servir os interesses do povo que representa.      Destaco duas áreas de vital importância: Defesa e Cultura.      No âmbito da primeira, a Defesa, oxalá não nos fiquemos pela "ambição" da compra de equipamentos. Os interesses m...
UM "BURACO" FINANCEIRO? Ontem, 26 de Abril, foi noite de Assembleia Municipal. Sessão Ordinária, com dois pontos em destaque: 1) Carta Educativa da Póvoa de Varzim. 2) Relatório de Gestão e Contas de 2006. - A Carta Educativa é um documento que cumpre o Dec.Lei 7/2003, de 15 de Janeiro, e servirá para planear a rede de ofertas de educação e formação, possibilitando no futuro o exercício de uma cidadania plena e consciente. Interessa a todos nós. Sabe, porventura, o que ela contém? Participou na sua discussão pública? - O Relatório de Gestão e Contas seguiu o guião do costume: o PSD diz que 2006 foi um exercício excelente, com óptimos resultados; a Oposição demonstra que não é exactamente assim. O PS e a CDU apresentaram números (que constam no Relatório). Mas fala "verdade" quem tem a maioria... Será isto que os poveiros merecem? O PS encontrou uma discrepância de 2 milhões de euros e, naturalmente, pediu explicações. Um deputado municipal ...