A ESPERA
O mais difícil não será o tempo de espera - à espera de quê? -, mas antes a duração dessa espera, de que não sabemos quando terminará, se é que vai terminar, de uma vez por todas.
Vai terminar, sim! Talvez depois de amanhã...
Como será a aurora desse tal novo dia, forçosamente diferente das alvoradas que ao longo dos tempos nos visitaram, sempre carregadas de luz e de novas esperanças?
Não se sabe, porque dependerá de uma sociedade renovada, extirpada dos maus vícios em que se enredou e das criminosas práticas em que conscientemente se envolveu.
Por tudo isso, acantonados, vivemos agora um incerto tempo de espera, para muitíssimos de seres humanos uma tremenda injustiça, uma desumanidade!
Como em tantos outros casos de aflição, preceituam-se louváveis recomendações para atenuar o moderno sofrimento: umas, sem (ainda) rigor científico, alimentam a natural vontade de sobrevivência; outras, de sôfrega voluntariedade, tentam ocupar o espaço cansado ou vazio do pensamento.
Em prolongado tempo de espera, imprevista e inquietante, é cada vez mais importante a leitura, do género que a cada um mais agrade: por essa via, seremos conduzidos, por vontade própria, à exigida reflexão que o momento aconselha.
E isso importa, para agora e para o futuro.
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