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19 H 35



                                          19 H 35


     Em todos os dias há este preciso momento: trinta e cinco minutos depois das dezanove horas.
     Todavia, este é um momento diferente de todos os outros nos restantes dias de sempre, porque acontece na véspera de Natal. A noite em que as famílias se reúnem para a Consoada, numa tradição sempre renovada com alegria e desejos de novas esperanças.
     Num ano ou noutro há quem tenha de se sacrificar em favor do bem comum, porque assim manda o dever, mas nunca nessa noite serão esquecidos: nem os seus familiares, aos quais se sentem ligados, nem os cidadãos anónimos que os chamam ao pensamento.
     Assim se vive o espírito de Natal!

     Depois das quatro horas ininterruptas concentradas no trabalho, que se alheia dos dias e das noites e apenas tem de assegurar a torrente dos gordos proventos, fiz um intervalo para a Ceia de Natal a que me dizem ter direito: o que havia trazido de casa, como de costume, numa pequena marmita.

     Porque para mim era um dia muito especial, arranjei uns minutos para me ligar aos que me são mais próximos, ainda que fisicamente muito afastados.
     Feliz Natal, desejámos uns aos outros.

     Eram precisamente 19h35: apenas um escasso momento na longa e quase ignorada noite de consoada.

     Quando saí, perto da meia-noite, encontrei na estação do Metro algumas pessoas sem-abrigo. Não me viram. Do coração desejei-lhes o que pode parecer impossível: Feliz Natal!

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