ROSAS E CARDOS
A avaliar pelo sorriso rasgado do Ministro do Trabalho (também da Segurança Social, que agora não importa, e da Solidariedade, nome sem cabimento), o resultado da reunião da Concertação Social foi um sucesso: os trabalhadores, especialmente os milhares de precários, terão liberdade para continuar as suas lutas.
Isto, do lado do Governo.
Do lado do patronato, o patrão dos patrões apresentou-se, no final da mesma reunião, com um sorriso ainda mais franco a justificar a vitória da classe mandante, ainda que pouco produtiva - para produzirem existem os trabalhadores, e quanto mais precários tanto melhor...
Isto, do lado dos patrões.
A classe operária, o terceiro grande "parceiro" nas negociações, esteve muito mal representada, como quase sempre. E assim, alguns dos seus mandatados não mostraram grandes tristezas ou sinais de pequenas revoltas.
Sinal dos tempos...
Na sua tamanha sabedoria (e bondade) o senhor Ministro da Solidariedade (aqui fica bem este terceiro pilar) ditou, com gáudio e para memória futura: " é melhor ser trabalhador precário do que não ter emprego".
Pelo pensamento do mestre, em vez de um bocado de pão mais vale uma côdea muito seca: dura mais tempo!
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