AS GUERRAS DOS OUTROS
Em 9 de Abril de 1918 - há cem anos - o Exército Português (as Forças Armadas portuguesas) combatia no inferno de La Lys, no Norte de França, ao lado das tropas francesas contra as poderosas forças alemãs, depois da declaração de guerra da Alemanha a Portugal.
Morreram muitos milhares de soldados portugueses, e muitos milhares ficaram feridos e com graves doenças.
Hoje foi dia de homenagear com solenidade tantos heróis - sim, todos foram heróis - e as suas famílias. Nunca serão demasiadas as justas palavras que se digam, e também nunca secarão as lágrimas que por eles se choram.
Hoje, e num acto de solidariedade e fraternidade, também deveria ser dia de honrar os militares portugueses que, mesmo não envolvidos numa guerra, estão prontos, por juramento solene, a defender a nossa Pátria.
Na mesma Primeira Grande Guerra, muitos soldados indianos foram recrutados para combaterem na Inglaterra, ao serviço do seu rei-imperador. Um dos súbditos soldados, depois de conseguir a felicidade de regressar a casa - à sua Índia natal - pediu que lhe escrevessem uma carta dirigida ao rei, seu amo e senhor, a dar conta dos sofrimentos por que passara e das tantas mágoas que agora sentia, ainda mais.
A carta terminava assim: "Se um homem tem de morrer a defender um campo de batalha, que esse campo seja o seu campo, que essa terra seja a sua terra, que esse povo seja o seu povo". (*)
(*) do livro "Um Deus em cada Pedra", de Kamila Shamsie.
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