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                                    PALAVRAS E SENTIMENTOS

     Filho de um agricultor com uma plantação de amendoins, o pequeno Jimmy cresceu num são ambiente familiar, marcadamente religioso, e pobre: a casa onde cresceu não tinha água corrente nem electricidade. Na Geórgia, nos Estados Unidos da América.
     A escola abriu-lhe os horizontes que haveriam de o levar a conseguir a concretização do seu desejo maior: ser um Homem!
     E conseguiu.

     Sempre bom aluno, na universidade seguiu engenharia. Admitido à Academia Naval dos Estados Unidos, terminou o curso entre os dez primeiros, numa longa lista.
     Serviu nos submarinos. Mais tarde, entrou na área da advocacia.

     Não sendo homem de grandes falas, usava-as com o sentido preciso do juízo e do apreço, com genuíno sentimento, mas nem sempre bem compreendido.

     Cumprido o seu dever como militar e tendo dado todo o seu saber ao seu país, deixou a Marinha no posto de capitão-de-mar-e-guerra.

     Falamos de Jimmy Carter.

     Governador do Estado da Geórgia, candidatou-se à presidência dos Estados Unidos e foi eleito como 39º Presidente (1977-1981), pelo Partido Democrata. Depois do escândalo de Watergate, devolveu aos americanos a confiança e a esperança perdidas.
     O mandato não foi fácil, devido a muitos problemas internos e externos, e também a alguma inabilidade em lidar com certos poderes; mas outros, nascidos em berços dourados ou com menor formação (moral e intelectual), não teriam feito melhor...

     A luta da sua vida era a tarefa impossível de conseguir a paz no Médio Oriente, alicerçada em valores fundamentais: a Democracia, a Liberdade e a Defesa dos Direitos Humanos.

     Como mediador no tratado de paz entre Israel e o Egipto, nos célebres Acordos de Camp David, viu todos os seus esforços tornarem-se infrutíferos face à persistente teimosia de Menachem Begin, primeiro-ministro israelita, que, furioso, chegou a dar as conversações por acabadas.
     Momentos mais tarde, Jimmy Carter regressou aos aposentos de Begin e entregou-lhe fotografias com anotações suas, para que o primeiro-ministro israelita as oferecesse aos seus oito netos. Menachem Begin viu as fotografias e leu demoradamente as anotações: as lágrimas escorreram-lhe pelo rosto, e com a voz embargada e emocionado, convidou Jimmy Carter a sentar-se.
     Ambos acordaram tentar mais uma vez alcançar o tão desejado Acordo de Paz.

     Jimmy Carter não foi reeleito para o segundo mandato; Ronald Reagan foi o presidente seguinte.

     Jimmy Carter foi Prémio Nobel da Paz em 2002.

Comentários

Tenho muito má memória desse presidente americano...Prejudicou muito os angolanos amantes da liberdade de todas as raças ideologias e credos...deixou-se levar pelo petróleo de cabinda benesse (ou cenoura) com que os sovieticos calaram os americanos durante algum tempo ...a famigerada "emenda Clark" ...que vergonha !!!

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