Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2012
                                POVEIROS  DE OUTRORA      A propósito da aquisição, para a  nossa Marinha, de dois pequenos navios (ou vapores) de fundo chato, vindos por mar desde a Inglaterra até ao Tejo, e da atribuição de altas condecorações aos seus comandantes devido a tão bravos feitos, "As Farpas", de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, descrevem a certa altura: "Os pescadores de Ílhavo e de Ovar passam a sua existência em pequenos barcos, no mar, entre o Vouga e o Tejo. Os pescadores da Póvoa, os mais possantes e valentes homens de Portugal e talvez os primeiros remadores do mundo, fazem outro tanto. Estes navegantes nem têm o auxílio do vapor para irem avante nem o refúgio da escotilha para não irem ao fundo. Não têm senão o seu valor e o seu remo. O governo tem até hoje lançado ...

Causa Nossa: Oh Bujardino, toca o hino!

Causa Nossa: Oh Bujardino, toca o hino! : É o que me apetece dizer aos repórteres, jornalistas, comentadores e comentaristas (muitos, bons) que nos últimos dias embarcaram em glosar ... Com um pouquinho mais de discurso, e agora que Sua Excelência esteve na Ásia (grande feito!), ainda diria que descobriu o caminho marítimo para a Índia... Triste saloiice!
                      O  ALTO  FUNCIONÁRIO    De entre os 230 devotados deputados da Nação, uma dúzia de sacrificados ministros e um montão de diáfanos secretários de Estado, nunca se ouviu - que me recorde -, estas palavras consoladoras que deveriam ser uma constante na nossa vida política:    "Eu não minto, não engano, não ludribio".    Aconteceu no Parlamento, a nove deste mês de Maio enganador (pelo tempo que faz). E quem o disse foi o Alto Funcionário, do Governo e da Função Pública, Vítor Gaspar. Assim mesmo: pausadamente e bem explícito.    E num remate, para desfazer futuras dúvidas:    "A política de verdade é para mim uma convicção absoluta".    O Alto Funcionário falou e a plateia continuou adormecida!
                                FRASES  QUE  MARCAM    Há frases que percorrem os tempos e são sempre sábias. Porque foram sábios quem as proferiu, ditadas pela experiência ou pelo saber, e não por vaidades ou pelos efémeros lugares de destaque na sociedade. São ensinamentos que tantas vezes servem de guia, sempre que a razão não abunda.    Assistimos, hoje em dia, por tudo e por nada, e por todos os meios, a um rosário de frases feitas sem significação válida. Que não se reflectem como pensamento sério ou profundo ou, no mínimo, exacto. E não havendo possibilidade de escolha na aceitação, são tidas como dogma.    Inválidas, pois!    Apenas dois exemplos, relativamente recentes, de frases ditas por dois altos responsáveis no nosso sistema político: nesses casos, a sua análi...
                                                 CRIMES  DA  AUSTERIDADE      Medidas de austeridade eram necessárias desde há anos: o regabofe dos abusos despesistas por parte do Estado e organismos adjuntos corria com o freio nos dentes, sem que houvesse uma qualquer tomada de consciência geral nem um qualquer reparo por parte das oposições políticas.      Alguém haveria um dia de pagar o preço elevado de tal factura. Nunca ninguém imaginou, porém, que os pagantes seriam aqueles a quem nem uma migalha lhes calhara das sobras dos banquetes.      Os vampiros tomaram-lhe o gosto e não descansam enquanto não esmagam a pouca resistência daqueles que ainda a conseguem ter, necessária pa...
                VARZIM  LAZER:  A  PRIMEIRA! Sempre atentos aos interesses dos seus concidadãos, os autarcas portugueses descobriram uma forma expedita ("agilizada", como preferem) de melhorar os serviços prestados à população. O instrumento usado foi a criação das Empresas Municipais (E.M.). Poderiam ter justificação as das grandes cidades - Lisboa e Porto, por exemplo - mas duvido que muitíssimas outras precisassem de tal saída ou "esquema": os funcionários municipais, devidamente enquadrados e politicamente orientados pelos respectivos vereadores, dariam conta do recado. Sem grandes custos adicionais! E o povo seria bem servido! O resultado foi, genericamente, o seguinte: a criação das E.M. serviu para arrecadar mais uns largos cobres, favorecer a farta roda de amigos, e obrigar os munícipes a pagar tais desvarios! Se isto é servir o povo... O caso da Varzim Lazer, E.M., é paradig...
                          DIZ  QUE  É  UM  PARQUE A ideia de um Parque da Cidade, onde agora mora o Estádio Municipal, nasceu há vários lustres, noutra dinastia:  aproveitava-se o largo espaço da antiga pedreira, com água, e seria só lançar nela uns barquinhos e uns peixes, para ali se ter um lago. Porém, por aqui, tudo como dantes! Depois alguém teve a ideia de fazer naquela zona uma coisa em grande. Terrenos foram comprados à fartura, que dessem e sobrassem para se ter um "Parque da Cidade" do melhor que possa haver; mas esse projecto pode muito bem esperar porque, mesmo com pouca coisa - e muito dinheiro gasto -, aquilo já é uma referência nacional, no dizer do senhor do parque. O conceituado arquitecto paisagista Sidónio Pardal, autor do poveiro (pequeno) Parque da Cidade, é capa da revista "arquitectura & construção", de F...
                                UM  CONCURSO  SUSPEITO É notícia fresquinha mas já cheira a esturro, por se enquadrar num sistema muito utilizado por organismos governamentais e principalmente em autarquias (há provas). Concentremo-nos nesta mais recente, saída no "Público" de 29/3: alguém do Ministério da Saúde - um transparente quadro, certamente - fez um ajuste directo a uma empresa que foi criada apenas um mês antes! E por quem foi ela criada? Ora, por quem havia de ser: por um ex-dirigente (de topo) da Administração Central do Sistema de Saúde! Justificação ministerial: poupança, disse o preclaro, impoluto e humano Ministro da Saúde. Talvez. Mas até se terminar a investigação - que tem de ser feita - sobre o eventual acesso a informação privilegiada - tão fácil de obter -, e que é punida por lei, ficamos com a ...

PARA ANGOLA, E EM FORÇA!

São os governantes portugueses que agora vão à tropical Angola mostrar como não custa nada dobrar a espinha e esquecer a História! Os angolanos não precisam vir cá: ordenam! Passos Coelho, PM português, foi o primeiro a avançar lesto para uma curta (mas suficiente) visita oficial. Mira Amaral estendeu a passadeira vermelha. Miguel Relvas, o empresário que faz parte do Governo, foi a seguir, para arrumar umas coisas pendentes. Assunção Cristas, a senhora das hortaliças e ministra de várias pastas, foi a Luanda afirmar o cumprimento do desígnio estratégico traçado por "este governo", que é exportar (o quê, santinha?). Mas disse mais, e algo que não se atreveu a dizer no seu próprio país: falou na privatização das Águas de Portugal! Vítor Gaspar, o senhor das nossas Finanças depauperadas, também está a caminho, e na agenda consta a participação portuguesa na sociedade dos diamantes. Apetecível! Aguiar Branco, Ministro da Defesa Nacional - um zero à esquerda! - vai a ...

BURROS

São dados oficiais, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística: em Portugal havia cerca de 15 mil burros em 2005! Agora, que já passaram sete anos desde essa avaliação, estima-se que sejam muito menos, em resultado, sobretudo, dos maus tratos sofridos. É uma pena! Os jumentos são animais simpáticos, dóceis, e amigos do homem. Por outro lado, aumentam - uma epidemia - outros tipos de burros, tipificados pelo uso de óculos escuros em vez de palas e por pensarem (?!) que podem fazer de nós burros. Esses, com fato em lugar de albarda, são duplamente burros (o INE não descura a contagem das bestas). O pior de tudo é que, a contragosto, temos que os aturar!