O HOSPÍCIO RECTANGULAR
Warren Buffet, o americano considerado o terceiro homem mais rico do mundo - ele é investidor -, afirmou que nesta altura até sente vergonha por pagar tão poucos impostos no seu país, quando, em seu entender, ele e os outros muito ricos deveriam acompanhar o esforço que os seus compatriotas estão a ser obrigados a suportar. Warren Buffet diz não se sentir bem com a sua consciência: olhando à sua volta, não quer contribuir para aumentar as injustiças sociais. É de homem!
Em França há também gente muito rica, e o país encara o mesmo tipo de problemas: uma crise que é carregada pelos que menos têm. Vai daí, como num toque a rebate, 16 milionários franceses pediram ao governo o favor de os taxarem com um imposto especial para ajudar a combater a crise.
Parece que a (má) política é geral, nesta Europa da "solidariedade" e da "justiça social": quanto mais ricos são, menos impostos pagam.
Portugal, afundado, está no topo da lista dos países europeus onde existem maiores desigualdades (seguem-se, distanciados, o UK, a Itália, a Grécia e a Espanha), avaliadas segundo o coeficiente de Gini. Porém, os nossos portugueses muito ricos - que incansavelmente engordam aquele coeficiente - riem-se das iniciativas dos outros seus compadres ricos.
Nós, os portugueses, somos claramente diferentes dos outros povos. Os muito ricos até se consideram assalariados, e por isso acham que não será justo taxar, com justiça, as grandes fortunas. Os pobres, esses, ainda vão tendo onde cair mortos...
Entretanto, os nossos governos, empenhadíssimos e com elevado sentido patriótico, vão ajudando à festança!
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