Avançar para o conteúdo principal
EMPRESAS MUNICIPAIS

A possibilidade da criação de Empresas Municipais (E.M.) foi prevista no Decreto-Lei nº 100/84, de 29 de Março, que atribuiu à Assembleia Municipal (A.M.) a competência para autorizar o Município a "criar empresas de âmbito municipal que prossigam fins de reconhecido interesse público local e se contenham dentro das atribuições definidas para o Município".

A proposta ou pedido de autorização para a criação da E.M., e de todas as negociações , elaboração e apresentação de propostas, é responsabilidade da Câmara Municipal.
A Câmara propõe a criação da E.M., e a Assembleia aprova.

Os louváveis fins propostos por aquele Decreto-Lei foram rapidamente ultrapassados, e creio não haver Câmara Municipal que não tenha a sua E.M. (Lisboa e Porto têm várias, e nalguns casos sabemos no que deu...). Há até uma Câmara Municipal, de muito pequena dimensão, apenas com uma freguesia, e com uma E.M.!

Os dois princípios que sustentaram o Decreto-Lei 100/84, no que respeita à criação de E.M. - interesse público local e contidas nas atribuições definidas para o Município - passaram a sofrer viciações de diversa ordem, de tal forma que em muitos casos as E.M. tornaram-se num pesado encargo para a autarquia, figurando como polo de interesses e albergue de compadres.

Os munícipes, pressupostos beneficiários das E.M., passaram a custeá-las!
Mais valera, nesses casos, não se terem criado tais E.M.

Nem tudo é mau, todavia. Há honrosas excepções de excelente desempenho de Empresas Municipais.

Comentários

José Leite disse…
enfim, foi pior a emenda que o soneto!

Para suprir limitações das câmaras criaram-se as EP's... contudo, foram-se tornando tentáculos de um polvo; deixaram de ser transparentes, furtaram-se aos controlos e supervisões dando azo a clientelismos, nepotismos, despesismos...
Servem mais as máquinas partidárias do que servem o cidadão comum! As honrosas excepções são tão poucas, que a regra é precisamente o vício, a opacidade, o trambiqueirismo selvagem...

Então em Lisboa, nem se fale...

Mensagens populares deste blogue

                            PARLAMENTO EUROPEU E LÍNGUA PORTUGUESA       Sirvo-me de um artigo escrito por Anselmo Borges (padre e filósofo) no "Diário de Notícias" (14.04.2012), no qual me inspiro para destacar dois pontos:      - Vasco da Graça Moura, então director do Centro Cultural de Belém, suspendeu a aplicação do Acordo Ortográfico. Poucos tiveram a lucidez e a coragem de tomar idêntica decisão.      - O actual MNE, e então eurodeputado Paulo Rangel, escreveu: "o gesto no CCB é o início de um movimento, cada dia mais forte, de boicote  cívico a uma mudança ortográfica arrogante e inútil " (sublinhado meu).      Está a decorrer em Lisboa a Feira do Livro, que será aproveitada como montra de vaidades e discursos vazios, enquadrados na campanha eleitoral para as próximas eleições para o Parlamento Europeu. Em tantos discursos de "fervor patriótico"...
                                                    PORTUGAL E BRASIL      A próxima cimeira luso-brasileira, a 19 deste mês, vai juntar os mais altos governantes dos dois países para prepararem (ou assinarem?) nada mais, nada menos do que 20 acordos!      Esta é uma possível boa notícia.      Na cimeira serão tratados assuntos relativos, entre outros, a Defesa, Justiça, Saúde, Segurança, Ciência e Cultura. Ciente das suas responsabilidades, o Governo português terá recolhido opiniões alargadas e fundamentadas sobre cada uma das áreas, no sentido de melhor servir os interesses do povo que representa.      Destaco duas áreas de vital importância: Defesa e Cultura.      No âmbito da primeira, a Defesa, oxalá não nos fiquemos pela "ambição" da compra de equipamentos. Os interesses m...
UM "BURACO" FINANCEIRO? Ontem, 26 de Abril, foi noite de Assembleia Municipal. Sessão Ordinária, com dois pontos em destaque: 1) Carta Educativa da Póvoa de Varzim. 2) Relatório de Gestão e Contas de 2006. - A Carta Educativa é um documento que cumpre o Dec.Lei 7/2003, de 15 de Janeiro, e servirá para planear a rede de ofertas de educação e formação, possibilitando no futuro o exercício de uma cidadania plena e consciente. Interessa a todos nós. Sabe, porventura, o que ela contém? Participou na sua discussão pública? - O Relatório de Gestão e Contas seguiu o guião do costume: o PSD diz que 2006 foi um exercício excelente, com óptimos resultados; a Oposição demonstra que não é exactamente assim. O PS e a CDU apresentaram números (que constam no Relatório). Mas fala "verdade" quem tem a maioria... Será isto que os poveiros merecem? O PS encontrou uma discrepância de 2 milhões de euros e, naturalmente, pediu explicações. Um deputado municipal ...