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OS ALCAIDES

Depois das guerras e medos, próprios da longa noite escura, vieram as manhãs claras de vento fresco e respirável.
Outros medos, e mortes, e roubos, vieram depois, trazidos pelos alcaides podres de princípios e gordos de corrupção. Um dos alcaides era tenente.

"O tenente está-se a afundar com a povoação. E cada dia se afunda mais, porque descobriu um prazer do qual não se regressa: a pouco e pouco, sem fazer muitas ondas, está a ficar rico".
Isto dissera o juíz, consciência do povo.

"De modo que a senhora quer que eu lhe escreva um requerimento. Quer dizer, continua a acreditar em requerimentos. Nos tempos que correm, a justiça não se faz com papéis, faz-se a tiro".
Há sempre alguém que acredita, mais uma vez, e alguém que abusa do poder, muitas mais vezes.

Disto se fala na "A hora má: o veneno da madrugada", de Gabriel García Márquez (1962). Mas eu sinto ainda fresca a tinta com que escreveu a história do alcaide sem nome, igual a tantos alcaides de agora, com nome!

Comentários

José Leite disse…
D. Ganância, a mãe de todas as pulhices!

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