Skip to main content

Posts

Showing posts from July, 2016
                                   O ARRANJINHO      Na esquina da rua principal ficava a casa de dois pisos onde em tempo, e durante muitos anos, existiu uma taberna, a mais conhecida nas redondezas. Vinhos e petiscos, ambos afamados.      O comércio em progressivo definhamento e desavenças familiares levaram a casa à ruína: já quase nada restava do antigo casarão.      Alguém de bastantes posses e bons relacionamentos propôs-se fazer um arranjo na velha casa, prontamente autorizado, sem especial licenciamento, ficando a garantia que seria mantida a estrutura. Naturalmente: era apenas...um arranjinho!      Durante meses e meses de entaipamento ocultaram-se as obras de restauro. Agora, a descoberto, já se vê a casa renascida, que da estrutura antiga deve conservar apenas o sítio. Irreconhecível, embora bonita, a moradia expandiu-se, aproveitando a boa vontade dos bons relacionamentos e o sempre conveniente espírito do "arranjinho".      Até o galinheiro, nas trasei
                            HONRA E BOM NOME      É curioso notar a frequência e a letra do discurso de certas figuras públicas, mormente autarcas, quando lhes é apontado um reparo que poderá, eventualmente, pôr em causa a sua integridade moral ou a suspeita de prática de actos de gestão duvidosa. O reparo, escrito ou falado, assume sempre dimensão de crime público, que a Justiça (esperam) irá condenar de modo exemplar.      As alegações dos queixosos - gente ao serviço do povo - são as mesmas em qualquer caso: ofensas à honra e ao bom nome dos visados.      Ainda não vi saírem vitoriosos das contendas jurídicas os vilipendiados (sós ou em grupos, os quais se formam para aumentar a "indignação"). Mesmo com recurso a um segundo patamar de julgamento.       A virtuosa honra não foi ofendida. Ficou a desonra.      O bom nome não foi ofendido. Ficou o apelido, tal como no registo.      Por prática de actos ilegais e abuso de poder, um ex-autarca (sempre foi autarca...