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Showing posts from June, 2014
                          A  ÓPERA  FOI À  TOURADA (Nota: este texto, escrito em 14Jun96, foi publicado no "Comércio da Póvoa", em 18.07.1996)      Segui, ansioso, e tanto quanto me foi possível, a azáfama dos operários em redor da decrépita Praça de Touros. Com paciência e carinho eliminaram eles os amontoados de terra, cavaram o terreno para prepararem plataformas amplas, lisas e bem desenhadas, aptas para o escoamento rápido das chuvas nos tempos invernosos. Lentamente e com arte burilaram as pedras grandes de granito a formarem uma ala larga, provavelmente para a entrada das pessoas em massa. Por último, vi nascer a relva verde a alindar o local e as árvores a crescerem, prometedoras de sombras.      Finalmente! Dera-se início, começando pelo arranjo exterior, à tão desejada transformação da Praça. Isto pensei eu, mas talvez me tenha enganado. E como confesso desconhecer os planos urbanísticos para aquela área (e devia conhecê-los), não sei se, vendo passar o tempo
                                       A ILEGALIDADE      Portugal é uma República.      A República Portuguesa é um Estado de Direito Democrático, diz o Artº 2º da Constituição, construído na base de diversos princípios, de entre os quais se salienta a "separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa".      Já para não falar doutros, estes princípios não têm vindo a ser cumpridos: factos são factos!      E assim sendo, a democracia que dizem ser o nosso sistema político, está ameaçada, por mais que o contrário se apregoe e isso nos custe.      A Assembleia da República - o órgão legislativo onde é suposto estar o Povo representado - dá a entender que " o Estado se subordina à Constituição e funda-se na legalidade democrática " (nº 2º da CRP).      A prática mostra, porém, que o Parlamento, regido por uma maioria negociada por interesses partidário
                      O  BARCO  DA  LOUCURA      Aquilo que se vinha lobrigando, ao longe, na linha do horizonte, acaba de fundear nas águas lodosas do grande rio, em frente ao nobre casario: é o barco dos piratas loucos!      A tripulação é ignorante e doida: não tem os conhecimentos nem as práticas de mareante, e não segue os regulamentos ditados por regras antigas. Sendo muito mais perigosos e indisciplinados do que aqueles que, há séculos, eram punidos com a severidade do chicote, merecem agora diferente e rigoroso julgamento - sem sombra de perdão!      O barco louco tem andado à deriva, tresmalhado da frota!      As populações sobressaltadas, sentem-se indefesas perante os ataques dos piratas enlouquecidos, que não obedecem a nenhum qualquer rei ou vice-rei, cuja existência aliás se desconhece.      Não havendo desânimo, talvez se consiga, pela calada da noite, cortar as amarras do barco dos piratas loucos: antes do nascer do sol já ele terá passado a barra, que é a