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Showing posts from 2010
O FIM DA LINHA Quando estamos muito próximos do fim de 2010, podemos fazer uma brevíssima pausa para olhar, e apenas de relance, o nosso passado recente e, em consequência, imaginarmos o que poderá ser o nosso futuro próximo. Não fomos dignos da herança que outros nos legaram. Vilipendiámos sãos princípios e boas regras. Abjurámos os melhores sentimentos que alimentavam com orgulho a alma lusa. Merecíamos tal condenação? Não a merecia certamente o povo português, intrinsecamente honesto, mais acomodado que pacífico, trabalhador e confiante. Alguém - muitos alguéns - o traiu! Alegam agora os maiores culpados - governantes, políticos e muitos gestores e empresários - que todos os males que nos entorpecem o viver - a "crise" violenta - se devem àquela que foi a crise internacional, o que é redondamente falso. João Salgueiro - economista que dispensa apresentação - é claro: "a origem da crise remonta, pelo menos, a 1995", sendo ultimamen
ONTEM FOI UM GRANDE DIA Com excepção da região antártica e dos esquimós, celebrou-se ontem em todo o mundo o Dia Mundial Contra a Corrupção, ou seja, e para sermos práticos, o dia internacional dos corruptos. Nuns sítios, entupindo avenidas, desfilaram os ditos, nas suas limousines. Noutros, em muitos outros, não se atreveram sequer a sair à rua: ficaram em casa a fazer pela vidinha. Portugal, ultimamente nas caudas dos atrasos comparados, tem neste campo uma pequena coroa de glória: a agência internacional que avalia este fenómeno atira-nos para os lugares cimeiros, a nível europeu! Os portugueses, indagados sobre o assunto, calculam que a corrupção lusitana subiu 83% nos últimos 3 anos. É obra! Podia ser pior: por exemplo, se 83% da população portuguesa fosse corrupta. Não é, mas para lá caminha!
AS CORES DOS NOSSOS DIAS As imagens mostram-nos um idoso, mirrado de fome e de solidão, a trincar uma côdea de broa ressequida. Adivinha-se o frio que lhe cobre o corpo vestido de roupa velha e lhe envolve a alma desesperançada. Outras imagens revelam um casal de idosos à volta da lareira que os aquece e aquece o pote da sopa. A voz off alerta para os perigos do uso de lareiras! Estas imagens - iria jurar que eram as mesmas! - já as vi quando os portugueses eram muito pobres e a televisão era ainda a preto e branco. Os voluntários da campanha do Banco Alimentar afadigam-se na recolha dos alimentos, que atingem quantidades nunca dantes conseguidas. Muitos deles são também pobres, e cumprem aquela missão com alegria porque sentem que estão a ajudar os seus semelhantes, muito mais pobres, e com fome. Estas são as cores negras das nossas vidas. As cores dos dias de hoje!
NÃO LERAM OS LIVROS? "O Estado, como sociedade política organizada, existe para servir e valorizar a pessoa humana e não para se servir a ele próprio". ( in "Ciência Política e Direito Constitucional", de Ricardo Leite Pinto, José de Matos Correia e Fernando Roboredo Seara). Parece que não leram os manuais, os da Política e os dos Bons Princípios. Leram, mas fingem que não leram, e dizem que não precisam de os ler. Assumindo o estatuto de ignorância arrogante, esquecem e espezinham a pessoa humana, com a indesculpável "justificação" que por trás desse comportamento há uma qualquer "razão de Estado"! Num Estado de Direito Democrático é acção intolerável, e daí haver lugar a um determinado julgamento.
CEGOS, SURDOS E MORTOS Há já muitos anos que se começou a pagar a "licença do rádio", na linguagem popular, que se referia à taxa de radiofusão sonora: pagava uma taxa quem tivesse um rádio. Nem que fosse a pilhas! A "contribuição" era para a Emissora Nacional, do Estado. Generalizou-se depois, para que não escapasse ninguém, mesmo os que só possuíam um "transistor": a taxa passou a ser indexada à factura da luz eléctrica! Reclamaram então os surdos, porque embora tendo luz eléctrica e tendo luz (viam), não podiam ouvir música nem a propaganda política. Tolerância zero para isenções! Quando surgiu a televisão (durante muitos anos a preto e branco), também do Estado, passou a RTP a receber a sua taxa. Era a "taxa da televisão". Simplificando: para ver e ouvir o que nos era oferecido (serviço público), nasceu a "Taxa do Audiovisual" Novamente, tolerância zero para isenções! Não se livrou dos abutre
46 MILHÕES Por descontrolo e falta de projectos, na área da agricultura, Bruxelas obriga Portugal a devolver 46 milhões de euros! Vai custar(nos) muito devolver tão grossa maquia, e que tanta falta nos faz. Vão ser mais 46 milhões a juntar à conta gigante que os portugueses já começaram a pagar, e não sabem até quando. Quem será a primeira pessoa a prestar contas perante o chefe do governo? Quem será a primeira pessoa a prestar contas perante o país? Estas contas têm que ser prestadas! Estas e outras! Se houve falta de projectos - a nossa agricultura tem projectos?! - é porque a incompetência fez lei. Se houve descontrolo é porque reinou muita incompetência ou algo mais. Só uma decisão se impunha: demitir imediatamente o Ministro da Agricultura, depois de se lhe exigir a pública prestação de contas.
A HORA DO RECREIO O Nando e o Duda brincavam às caricas, no intervalo das classes. Um queria que o outro lhe desse duas caricas em troca de uma. Não! O outro prometeu dar-lhe duas caricas se recebesse três em troca, e com direito a escolher. Também não! Quase andaram à porrada. Veio a professora, que vestia calças e usava casaco de homem, deu um puxão de orelhas a cada um, e acabou com a brincadeira. De volta à sala de aula, cada um dos meninos foi para o seu canto, de castigo.
OE 2011 A grande notícia de hoje: "Teixeira dos Santos - ministro de Estado e das Finanças - lidera negociações com PSD". Com toda a certeza farão uso da máquina de calcular, baralhando os números e as contas; a prova dos noves ficará para mais tarde. As negociações com os restantes partidos políticos (também são gente, e contam!) devem ficar a cargo de secretários de estado e assessores. A este nível, estas "negociações" levam a crer que não envolvem as grandes linhas de orientação política do país, importantes que são. O PM não se envolve nestas questões de números e percentagens. No topo da pirâmide governamental, reflecte maduramente sobre os efeitos deste orçamento, que é aquele que "defende o emprego e o Estado Social" ou, numa outra versão, "protege o emprego e a economia".
ASSALTO NO ASFALTO Hoje foi o primeiro dia da prometida extorsão rodoviária, adiada vezes sem conta. Não se devem ter enchido as bolsas dos receptores, mas a partir da próxima semana poderá haver boa safra. Pensam. São as contas que fazem os patrões dos caminhos estradais, organizados em grupo, que tem por nome APCAP - Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Auto-estradas e Pontes com Portagens.
POETA E LAVRADOR Monarca inteligente e culto, foi um excelente administrador, desenvolvendo o comércio, a marinha e a agricultura, dando a esta foros de nobreza. Foi este rei, D.Dinis, que teve por cognome "o Lavrador", que ordenou que se plantasse o pinhal de Leiria para apoiar a estratégia daquele desenvolvimento. E para tal empresa não tinha propriamente um ministro da agricultura, como agora se usa, e toda a cafilosa gente que das terras não cura, sendo igual para os departamentos da marinha e do comércio, que vão caminhando para a murchidão. Quando o país se desenvolvia e se impunha, o rei poeta criou a universidade, porque dela sairia sábia gente que o país haveria de acolher, porque dela precisaria. Hoje, séculos passados, não falta quem se tenha entretido em bobos jogos palacianos e a destruir a agricultura, a exterminar a floresta e a esquecer-se das coisas do mar que é nosso.
A REVISÃO NECESSÁRIA De tempos a tempos aparecem uns indivíduos com ataques repentinos de "portuguesismo" exaltado, nunca antes conhecidos, descobrindo, por inspiração interesseira, que os males que atormentam o país e ferem a Pátria residem na Constituição da República Portuguesa (CRP). E, como solução para tudo o que é mau, ou está mal, propõem a "urgente e indispensável" revisão constitucional, dela resultando piores males para quem mal está. Sou contra! A CRP contém os princípios fundamentais para o exercício da Democracia. As leis, decretadas no Parlamento, não se afastarão nunca das suas linhas mestras. E, por isso, as eventuais revisões serão esporádicas. Basta ter presentes os dois primeiros artigos dos Princípios Fundamentais da CRP: - Art. 1º: Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária . - Art. 2º: A Repúbli
E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LOS? Como se não bastassem os males que muito nos afligem, vindos de fora, ao que dizem, temos ainda que aturar, a todo o momento, as banalidades e cretinices de quem se esperariam palavras de responsabilidade e acções que servissem para melhorar a situação aflitiva do país. Acontece a todos os níveis da sociedade mandante, por sua vez fiel obediente ao poder económico, que nos governa. E julgam eles (e elas) que assim se engrandecem! Basta meditar um pouco nas palavras proferidas ou nos actos praticados, nos constantes aparecimentos grotescos, pelas pessoas que se crêm ser donos da verdade, e se consideram íntegras e patriotas: por trás duma frase bombástica (repetida) há quase sempre uma mentira, e a seguir a uma promessa (de preferência social), vem de seguida a negação. Tem sido sempre assim. É gente acamelada que pretende estupidificar as pessoas. Não vejo, a curto prazo, remédio eficaz para erradicar a praga, que nos vem consumind
FUMOS E CINZAS Portugal é um país organizado: o festival dos incêndios florestais tem datas marcadas para o começo e às vezes o fim. O sistema só mudará quando não houver mais nada para arder. Já as "festas" iam no intervalo quando suas excelências o PR e o PM decidiram fazer uma pausa nas suas férias para "verem" os fogos, em números e fotos, no centro de comando, na capital (afastados das labaredas). Virtualidades! Estes gestos mostram como entre nós se entende e se pratica a solidariedade com os bombeiros e as populações duramente castigadas. Preocupações e aflições ficam para depois. O senhor da interna administração faz de ministro da triste figura: numa espécie de atento e rigoroso balanço, cita números a pretender competências e conhecimentos: "ardeu mais área este ano do que em 2009 e 2008, mas ardeu muito menos área que em 2003 e 2005"! Vamos por partes: - ardeu mais área este ano que nos dois últimos anos?! Havendo menos floresta para queimar e e
TEMPO DE MÁSCARAS A barrela das consciências é feita, agora, com o arquivamento de processos, sejam eles quais forem, desde que respeitem a pessoas que não deviam ter processos. As novas tecnologias ajudam, porque é outro o ambiente. A esponja, que se pretendia passar, transformou-se numa tecla que apaga mas não faz esquecer, e a desfaçatez é a imagem da falta de dignidade. Imagens que nos perseguem, sem descanso, ameaçadoras da nossa liberdade. Há um longo rio que corta o país, e nos corta a vontade de remar contra a corrente das fraudes. É um rio que desconhece a sua origem e que ignora as suas margens. É um rio sem foz. Morto. "a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima" (ditado popular)
SAN FERMIN São famosas, ao que dizem, as largadas de touros em Pamplona, durante as Festas de San Firmin. Na largada deste ano, animada e concorrrida como sempre, houve nove feridos! Não sei se o número de acidentados diminuiu ou se cresceu, face aos anos anteriores. Mas nem que fosse apenas um o colhido, de preferência ferido com gravidade, a largada seria um êxito e o touro levado em ombros. Todavia, uma coisa eu sei: manteve-se a habitual estupidez humana. Este ano, a Câmara Municipal de Guimarães retirou as touradas do programa das Festas Gualterianas. Na Póvoa de Varzim, uma semana é curta para tanta tourada: três, duma assentada!
LUZES E CRUZES Nunca será demais reacender a vela, até porque, dizem, somos líderes nas energias alternativas (líderes?! em quê?). Estudos mostram que uma suficiente iluminação pública faz reduzir substancialmente a sinistralidade nas estradas e o número de mortes. Pouca luz, muita cruz! Está à vista...se houver luz. A factura da iluminação será cara? Talvez. Quem "vende a luz" pensa nos (grandes) lucros, e ninguém pensa nas vidas que se podem salvar, e que não têm preço. Para dar a volta a isto, havendo vontade, recorre-se às energias alternativas: a solar, por exemplo. É de borla! Se nas nossas estradas principais há, ainda assim, alguma "luminosidade", a escuridão nas nacionais e secundárias mete medo. Nas municipais nem vale a pena falar: escuro como breu! Há cidades onde a luz é a jorros como a água que escorre, desperdiçada, no inverno, e que não aproveita a ninguém, antes desaproveita. Tal como acontece na sociedade, há "d
EXEMPLOS DO PARLAMENTO Os deputados da Assembleia da República estão prestes a irem de férias, que a muitos estão a fazer imensa falta, seja pelo trabalho (alguns), seja para refrescarem a cabeça (outros). Este primeiro ano desta legislatura, pelos muitos exemplos de falta de ética, de educação e de cidadania, seria um ano para esquecer. Mas o recomendado é que não se esqueça(m), a ver se não se repetem as cenas e os casos que desprestigiam o nosso Parlamento. As duas mais visíveis e prolongadas Comissões de Inquérito não conduziram a coisa nenhuma, e serviram de palco a cenas degradantes de comportamento e à revelação mais que evidente da defesa de interesses partidários em vez da procura da verdade, sendo essa a missão que lhes foi confiada. E nesses espectáculos valeu quase tudo! "Mentiroso! o senhor deputado é mentiroso!", atirou alto e claro João Semedo, deputado do BE, a um deputado do PS que mandara uma "sentença", sem nunca provar a su
OPERAÇÃO STOP 1. Os princípios que alguns defendem para o pagamento de portagens nas SCUTs até poderiam estar certos, na generalidade, se as SCUTs fossem construídas hoje. Mas não. O IC1/A28 foi construído há duas dezenas de anos, com dinheiros comunitários, porque a EN13 (única via a ligar Viana do Castelo ao Porto) requeria um itinerário complementar (IC). Passados estes anos, o tráfego aumentou exponencialmente, a EN13 foi "municipalizada", e foi cortado o trânsito a pesados na velha ponte de Esposende e nos centros das cidades da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. A EN13 está, agora, muito pior que há vinte anos! Esta espécie de "guerra civil" criou-a o Governo, que se nega a cumprir os princípios por ele definidos para as portagens nas SCUTs. O IC1/A 28 está longe de ter as características requeridas para as auto-estradas. Mudaram-lhe apenas a designação, para mais facilmente cobrarem portagens. Pela mesma ordem de ideias, qualquer dia design
A IRMANDADE Directiva - uma ordem - do Ministro das Finanças, Ministro de Estado, em tempo de crise e por causa dela: não há contratações para a Função Pública! Mas um dos seus Secretários de Estado, o dos Assuntos Fiscais, deu à luz o Despacho nº 8278/2010: "1. nomeio a licenciada em Direito Mafalda Coelho Moreira para a realização no meu Gabinete de consultas e estudos de natureza técnico-jurídica, pelo período de um ano, renovável sucessiva e automaticamente por iguais períodos de tempo. 2. à presente nomeação corresponde a remuneração mensal de €4088, à qual acresce o IVA à taxa legal em vigor. 3. o presente Despacho produz efeitos desde 5 de Abril de 2010". A data do Despacho é de 6 de Maio de 2010 (a Dra. Mafalda deve ter começado as consultas e os estudos pelo menos em 5 de Abril...). Acrescento que o Secretário de Estado, Sérgio Trigo Tavares Vasques, que ocupa o lugar desde 31.10.2009, é licenciado em Direito e douturado na
RESPONSABILIDADES E DEMISSÕES Nos actos solenes de tomadas de posse, o primeiro-ministro e os ministros de cada novo governo juram pela sua honra cumprir com lealdade e dedicação as tarefas que lhes são confiadas. E assinam! É o seu público compromisso de honra perante os portugueses, ali representados pelo Presidente da República. É perante ele que fazem o juramento e assinam. É pressuposto servirem com denodo o País, empregando nas suas missões toda a competência que, em princípio, lhes é reconhecida. Como seres humanos , falíveis, poderão cometer um erro ou tomar uma decisão menos acertada, mas a humildade e a seriedade que em todos deve residir ajudarão a prontas correcções; o povo compreenderá e saberá perdoar. A responsabilidade não é transmissível nem é delegada , e terá que ser assumida pelos primeiros detentores dos cargos políticos, ainda que eventuais erros sejam praticados por outros, num degrau inferior da hierarquia. É a chamada responsabilid
UM FILME O filme "Vencer" (Cannes 2009) é sobre Mussollini. É um filme para se ver e obrigatoriamente pensar sobre tudo o que ele envolve. Será importante para os mais jóvens, que estão a tempo de "descobrir" os segredos do mundo viscoso da política, e também para os menos jóvens para poderem reconhecer os erros que facilmente se cometem, quando se é levado por artes do diabo... Exclama o actor que interpreta o Duce: "Como é que aquelas pessoas puderam acreditar num palhaço daqueles? E como é possível que hoje acreditemos noutros palhaços?"
O PROFETA ! "Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal". (Eça de Queiroz, Janeiro 1872)
OPINIÕES E LEITURAS Para algumas pessoas é tarefa fácil participar num debate, para se discutir um assunto que seja importante ou que esteja na moda. Basta que o falador debite umas frases - quase sempre frases feitas -, de preferência bombásticas. Sem provar nada. Quando as justificações não são apresentadas, por manifesta incapacidade, e os argumentos dos restantes debatedores não são tidos em conta, por não falarem tão alto ou se os ouvidores forem quase surdos, o resultado está feito. E, muitas vezes, conseguido. Assim, o que fica, o que prevalece, é uma opinião distorcida da realidade, que sobra como sendo a verdade. Pior que na rádio, são alguns destes tipos de debate na televisão: além da voz, fica a imagem, que chega a agredir, antes de se mudar de canal... Coisa semelhante acontece nos artigos de opinião nos jornais, especialmente quando os seus autores são os "profissionais" da opinião (pagos), os "espontâneos" ou os &quo
PROFISSÕES Há novas oportunidades para novas profissões, em tempo de crise, que aumenta o engenho! Os cursos superiores não sofrem reorientação: os mesmos números (ou mais), nos mesmos cursos. Ainda que só sirvam para engrossar as filas no desemprego. Médicos, engenheiros, advogados, banqueiros, economistas, e outros assim, melhoram o estatuto das profissões em que se formaram, adoptando uma profissão da moda: gestores muitíssimo bem pagos. Melhor que tudo isso é ter a profissão de investidor. Não faz calos nas mãos. Não tem patrão. Não tem empregados. E impostos poucos. É rico.
O 1º DE MAIO Tenho viva na memória a primeira manifestação livre do 1ºde Maio, em Portugal, em 1974. Uma multidão imensa a descer a Avenida da Liberdade, em Lisboa, e depois retratada em toda a capa do "Diário de Lisboa". Alegria e sentimentos inesquecíveis! Era o Dia do Trabalhador. Hoje, estando os tempos tão mudados, celebra-se o 1º de Maio com gritos de revolta e de desesperança. É mais o Dia do Desempregado.
O "25" DA CÂMARA Dizem-me que as comemorações do 25 de Abril, este ano, organizadas pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, têm no programa: - pombos - banda de música - passeio de bicicleta - futebol entre solteiros e casados E mais me dizem: - que é um programa pobre, sem imaginação, igual ao dos anos anteriores, e nada a ver com o 25 de Abril; e que devia haver uma sessão solene no Salão Nobre da Câmara. E acrescentam: - parecem as Festas da Cidade ou as Festas de S.Pedro, e se houvesse cascois brancos parecia aquela coisa da paz. Isto assim não é nada. Discordo! Cada um organiza como sabe e como sente. E se o programa é igual ao que se faz no S.Pedro, no Dia da Cidade ou noutras ocasiões, isso quer dizer que, na Póvoa, vive-se sempre o 25 de Abril!
UM 25 DE ABRIL DIFERENTE Gos taria que as comemorações do 25 de Abril deste ano apresentassem um formato diferente do usado nos anos anteriores, no que se refere à sessão solene na Assembleia da República. Além de se respeitar a data histórica - inquestionável - haveria que ter em conta a actual difícil conjuntura que o país vive, e fazer-se sentir a necessidade de maior união entre os portugueses e realçar-se a solidariedade (que talvez conste em todos os discursos) e a fraternidade (nem sempre seguida). Seria feito um apelo especial à humildade. Os convidados habituais teriam este ano a companhia, em lugar de visível destaque e de cravo vermelho na lapela, dos gestores dos Bancos, do primeiro gestor da EDP, dos gestores da Galp, da REN, da PT, da ZON (que hoje declarou que também não baixará os prémios e os salários, para estimular a empresa!), das Entidades/Institutos/Autoridades Reguladoras, e tantos outros, e incluiria ainda os repre
OS SUPERIORES INTERESSES O terminal do Metro (Linha B/Vermelha) queda-se na entrada da cidade da Póvoa, a Sul, e sem estacionamento, como há nas outras estações, doutros concelhos, o que só se pode entender pela incapacidade ou desinteresse da nossa autarquia, sem exclusão doutras razões. Disso não há dúvidas! O concelho da Póvoa não tira do metro os benefícios que devia tirar. No fim da viagem,quem reside na cidade pode ir a pé para casa. Quem vive fora, que se amanhe. Houve oportunidade para apresentar ideias à Metro do Porto, no início do projecto, e houve mais que tempo para reivindicar a satisfação das pretensões da população poveira. Nunca o fizeram, mesmo estando a autarquia englobada no conjunto dos decisores. Em 2004, numa reunião com a Administração da Metro do Porto, apresentámos a questão da viabilidade de fazer chegar a Linha B até Barreiros, onde passaria a existir um centro intermodal, servindo dessa forma os interesses dos poveiros, da cidade
PORTUGAL DE AGORA "Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária". (Artigo 1º da Constituição da República Portuguesa) "A República Portuguesa é um Estado de Direito Democrático". (Artigo 2º da Constituição da República Portuguesa) A sociedade que somos, dirigida pelos governantes que tivemos e temos, e servida pelas instituições ao seu dispor, não se enquadra, hoje, no espírito e na letra da nossa Lei Fundamental. Portugal não cumpre os Princípios da sua Constituição. Portugal está a perder o respeito das Nações, porque é, hoje, um país marcadamente corrupto. Um estudo hoje divulgado revela que mais de metade dos processos por corrupção são arquivados. Entre 2004 e 2008, cerca de 61,2% dos processos instaurados são arquivados, enquanto que só 3,6% dos processos resultaram em condenação. Aqui chega
SEGURANÇA...OU A FALTA DELA Em Portugal, o aumento da criminalidade verificou-se sobretudo em Viseu e no Porto. Na Póvoa de Varzim, ouve-se: -"muita gente tem medo de sair à noite". -"após esta onda de assaltos...". -"não sei onde isto vai parar". - "isto está mau". Disse o senhor presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim (" Comércio da Póvoa ", 18.03.2010 ): "Não penso que haja um aumento considerável da criminalidade". Não me parece que estas sejam palavras avisadas e, muito menos, reconfortantes.
HOJE SOU AMERICANO Acabo de assistir ao acto da assinatura, pelo presidente Barack Obama, da lei sobre o serviço nacional de saúde nos EUA. Um facto verdadeiramente histórico na política norte-americana, e que (alguns) outros presidentes haviam tentado, desde há décadas, sem o conseguir, apesar dos muitos esforços. Esta foi uma das principais promessas eleitorais de Obama, cumprida ao fim de 14 meses de mandato presidencial. Foi árdua a batalha política contra as companhias seguradoras e contra a oposição dos congressistas que preferem manter a repugnante injustiça social e os seus próprios interesses, em vez de conseguirem o bem do seu próprio povo. Como eu gostaria de, por um dia que fosse, ter um presidente como Obama, para poder partilhar com ele a felicidade que se pode sentir ao assinar uma lei de tamaha importância e significado para o meu país!
CINQUENTA ANOS Foi neste dia, há 50 anos, que embarquei no NRP "Afonso de Albuquerque" para a viagem de Volta ao Mundo (a 1ª dos tempos modernos), integrado no meu curso da Escola Naval. Foi o primeiro embarque e o concretizar de um sonho, dos tempos do rapazinho que queria, um dia, ser Marinheiro. O misterioso Japão, as idílicas ilhas do Hawai, as recordações históricas de Singapura e Malaca, Macau fervilhante e exótico, a deslumbrante Goa, as milenárias pirâmides do Egipto - foram algumas das paragens que nos deram a conhecer melhor o valor da presença portuguesa nos quatro cantos do Mundo, durante séculos. Recordo esse dia memorável, com todos os detalhes, que muito contribuiu para a minha formação académica, profissional e cívica.
NÃO SE PASSA NADA! Ontem, dia 15 de Março, houve Reunião de Câmara. E foi pública. De curtíssima duração. A assistência: dois jornalistas e quatro cidadãos. Os actores - os elementos do Executivo - bichanaram entre si coisas de lana caprina. É subentendido que as sessões públicas das Reuniões de Câmara sirvam, também, para apresentar ao público - aos cidadãos - problemas que mais directamente interessem à generalidade das pessoas. Pelo que (não) se viu, conclui-se que não há nada de importante a tratar. Na Póvoa não se passa nada!
PALAVRAS GASTAS Com algumas vogais salteadas, aqui e ali, e umas tantas conjunções adversativas de permeio, dá sempre certo: discurso balofo de (certos) políticos, politiqueiros e aldrabões: - povo - democracia - transparência - consciência - bom nome - honra - honestidade - frontalidade - excelência - competitividade - financiamento - emprego - salário - sacrifício - utilizador-pagador - poluidor-pagador - educação - esquizofrenia - pró-activo - mais-valia - valência Enfim: Qualidade de Vida!
MAU TEMPO Parece castigo da Mãe Natureza! Tanto mau tempo, impiedoso, que tudo destroi e não poupa vidas, traz-me à lembrança os dramas das pessoas, agora e sempre, indefesas. De caminho, associo todos aqueles que são a má gente, bastarda da mesma Natureza. Não será castigo, porque atingidos têm sido os menos culpados. Será antes um aviso, um doloroso aviso. Mais um.
SALPICOS (11) Depois de deputado, foi ministro da Escócia. Nigel Griffiths, de seu bom nome. A imprensa revelou aspectos do seu "currículo", onde se notam os seguintes pontos "altos" (escândalos, melhor dizendo). Escândalo nº 1 - fez sexo com a amante no seu gabinete, no parlamento. Escândalo nº 2 - comprou para a sua casa, com dinheiro público, uma TV, um rádio e um DVD, no montante de €3.500. Escândalo nº 3 - nunca se demitiu! Escândalo nº 4 - como deputado, é "apeado" com uma reforma dourada de 60 mil euros. É assim a gente fina, um pouco por todo o lado.
TANTA VERGONHA! Por várias vezes se falou da linha do metro Porto-Póvoa e das más condições existentes junto ao terminal da linha, na Póvoa. Na última Assembleia Municipal voltou a trazer-se o assunto à discussão - concretamente sobre o estado lastimoso em que se encontra o espaço a leste da linha, próximo da estação, e que faz as vezes de parque (?) de estacionamento dos utentes do metro. Para levar oficialmente o problema à Administração do Metro, foi apresentada uma MOÇÃO , que foi aprovada por UNANIMIDADE. O presidente da Câmara Municipal estava presente na sessão, mas não deu sobre isso qualquer esclarecimento: sobre as diligências que eventualmente tivesse feito, ou sobre o que tencionava fazer, na sua qualidade de autarca, ou até - quem sabe! - dizer que achava que estava tudo bem. Nada! Não cumpriu, portanto, o seu dever de informar a Assembleia Municipal. E é justamente para isso que lá vai. Não deu esclarecimentos à Assembleia mas informou os jorna
EMPRESAS MUNICIPAIS A possibilidade da criação de Empresas Municipais (E.M.) foi prevista no Decreto-Lei nº 100/84, de 29 de Março, que atribuiu à Assembleia Municipal (A.M.) a competência para autorizar o Município a "criar empresas de âmbito municipal que prossigam fins de reconhecido interesse público local e se contenham dentro das atribuições definidas para o Município". A proposta ou pedido de autorização para a criação da E.M., e de todas as negociações , elaboração e apresentação de propostas, é responsabilidade da Câmara Municipal. A Câmara propõe a criação da E.M., e a Assembleia aprova. Os louváveis fins propostos por aquele Decreto-Lei foram rapidamente ultrapassados, e creio não haver Câmara Municipal que não tenha a sua E.M. (Lisboa e Porto têm várias, e nalguns casos sabemos no que deu...). Há até uma Câmara Municipal, de muito pequena dimensão, apenas com uma freguesia, e com uma E.M.! Os dois princípios que sustentaram o Decreto-L
LEGITIMIDADE Muito recentemente, o presidente da autarquia poveira integrou uma delegação doutros autarcas para, junto do Ministro das Obras Públicas, protestar contra a introdução de portagens nas SCUTs (IC1/A28, no nosso caso). Sobre este acontecimento, levanto duas questões. Primeira questão : o nosso autarca foi protestar CONTRA as portagens (traduzindo os interesses dos poveiros) ou manifestar apenas a sua própria opinião, que é, como se sabe, favorável ao pagamento? Se foi na segunda condição (como se veio a saber pelos jornais), o presidente da autarquia NÃO representou os seus munícipes, mas apenas ele próprio. Segunda questão : a Assembleia Municipal aprovou, por UNANIMIDADE , e antes da supracitada deslocação, uma MOÇÃO (a enviar às entidades competentes) CONTRA o pagamento de portagens. É o teor e o valor desta Moção que qualquer representante do Município tem a obrigação de seguir, mesmo sendo contra a sua própria vontade. Pelos vistos, t
SALPICOS (10) 1. O Cineclube de Guimarães tem já 52 anos de existência e conta com 1100 associados. É o maior cineclube nacional! Programa 7 filmes por mês e tem em média 200 espectadores. Não consta que a Câmara Municipal de Guimarães precise de gastar dinheiro dos contribuintes para manter (bem) o cineclube da sua cidade. Nós, por cá, é o que sabemos...e o que temos! (Fonte: "Público" de 17.01.2010) 2. Foi notícia a meia tonelada de polvos que deu à costa em frente a VN Gaia. Também a revista TIME elegeu-a como uma das 10 questões mais relevantes da semana, e por ser um caso inédito, quase misterioso, para o qual os cientistas não encontram explicação. Pudera! Além de não conhecerem a zona, ignoram que os pescadores têm dificuldades em pescá-los (redes de malha larga...), e mesmo a Judite nem os snifa.
UTILIZA? PAGA! Não há mesmo volta a dar-lhe! A coerência acima de tudo. Mas a coerência não tem servido para tudo. Há, então, incoerência! No caso, que já cansa- mas a razão ainda impera -, do pagamento das portagens nas SCUTs, o chefe da nossa autarquia mantém a sua: a favor do pagamento, seguindo o seu estimado princípio do utilizador-pagador! Aprendeu o princípio, ou ditaram-lho, e vá de o aplicar às cegas, contra tudo o que utiliza, pouco ou muito, sem excepções. E há excepções! Nesta história das portagens, já foi claramente contra, já disse quase sim, já disse quase não, e muitas vezes nim. Agora alinhou, em fila, em coluna ou por filiação partidária, na audiência ministerial em que os seus colegas autarcas defendiam os interesses das respectivas populações. E mais uma vez se destacou: a favor das portagens, seguindo o princípio do utilizador-pagador! Um caso patológico. Para manter a propalada coerência, irá, mais cedo que tarde, aplicar
CERTA, MAS CURTA! Uma vez por outra tem vindo o assunto à baila: "naqueles moldes, aquilo é uma seca"! Em causa estão as sessões da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim. Agora, certeira foi a notícia , nas "Luas e Marés" do "A Voz da Póvoa", na sua edição de 24 de Dezembro de 2009, sobre a pobreza da discussão política na última sessão da A.M. Em cheio! Nunca será demais criticar o desenrolar dos trabalhos, quando correm bem ou quando correm mal. Seria o jornalismo ao serviço da pedagogia política. Todos ganhariam. Com uma tal atitude poderia elevar-se a discussão política (se os membros da A.M. interiorizassem bem quais são as suas funções) e - muito importante - motivava-se a população para assistir às sessões, o que é do seu próprio interesse. Por isso, foi certa e oportuna aquela breve notícia, que só pecou por ser curta: merecia ser desenvolvida (e talvez comentada) noutra página; assim se saberia, por exemplo, quem fora