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A PAREDE


As paredes da fortaleza intransponível não são de duro granito, nem de cimento fabricado.
São de tijolo. Da cor do típico tijolo.

Entrincheirados durante incontáveis luas, o soberano decrépito continua o banquete, rodeado dos adoradores, também eles surdos aos ventos.
Os plebeus servidores vivem agachados, nos cantos da fortaleza.

Um dia caiu um tijolo da parede e abriu-se um buraco. Ninguém deu por nada!

Noutro dia caiu outro tijolo e outro buraco surgiu. Ninguém notou!

Vai ruindo a muralha, com a queda de mais tijolos da parede.

Pelos enormes e tantos buracos da muralha sopram ventos.
Sopram tempestades.
De esperança.

Revive-se a história de Massada, ao invés!


(Massada ou Masada: fortaleza da Palestina, perto da margem oeste do Mar Morto, último bastião da resistência judaica, em 66-73 d.c.)

Comments

mas Masada não ruiu pela queda dos tijolos...Masada eíntransponivel e invencivel para bem dos Judeus e Israelitas...Não confunda com com a laranjada local...
Caro Renato,

É Masada ...ao contrário, como escrevi.
José Leite said…
Meu caro comandante Figueiredo:


O vento soprou
Mas nada mudou
Faltou o talento
Pra falar ao vento
A vaga criar
Do fundo do mar
E o povo arrastar...


O mar plutocrático
Mais alto falou
E o forte autocrático
Mais forte ficou
Vento democrático
Não o derrubou.
terramar e ar said…
malembe malembe diz-se na minha terra natal..

quer dizer: devagar, devagar

devagar se vai fazendo orebuçado e o doce...Sem pressas...

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