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POEMA DOS NOSSOS DIAS

Nos tempos atordoados pela idiotice, que perpassam por nós, a voz do Poeta atravessa a minha cidade, e clama:

"Um contra o mundo, é pouco.
Mesmo que seja louco,
É muito pouco ainda.
Mas que pode fazer o homem que endoidece
E se esquece
De medir o poder do seu tamanho?
Ah, se houvesse um fotógrafo no céu
Que filmasse
Uma aventura assim, ridícula e perfeita!
D.Quixote sozinho
A combater as velas do moinho
Que mói, ronceiro, a última colheita."

( "A Luta", de Miguel Torga, in "Cântico do Homem")

Comments

Não Gosto de ler Miguel Torga... não me identifico com o mundo dele...Porém é bem menos árido que o mundo do "hispânico" Saramago
José Leite said…
Quantas figuras hoje "quixotescas" não são amanhã enaltecidas pela coragem de remar contra a maré, de dizer "não" quando todos dizem "Amén", de ser vertical quando todos dobram a cerviz, enfim, de ter carácter, quando todos deixam embotar a dignidade sob o fascínio do vil metal.
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Peliteiro said…
Um D. Quixote sozinho aqui, outro D. Quixote sozinho ali, outro acolá, mais outro ainda, e outro, e outro...

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MORTE DE UMA PÁTRIA

                                                 MORTE DE UMA PÁTRIA        "No final da Idade Média havia já uma língua ucraniana distinta, com raízes eslavas", refere a historiadora neerlandesa Anne Applebaum em "Fome Vermelha - a guerra de Estaline contra a Ucrânia". E revela-nos também que há cerca de um século, a Ucrânia teria ganho a sua independência: "A partir deste dia, 9 de Janeiro de 1918, a República Popular da Ucrânia torna-se independente, não estando sujeita a ninguém, um Estado Soberano Livre do Povo Ucraniano".      A Ucrânia, o grande produtor de cereais, foi sempre o centro de disputas territoriais por parte da extinta União Soviética, e depois continuado pelo poder russo - a repetição da história! Fazia, e faz, parte dos planos o ataque à destruição da identidade nacional ucraniana.      Esse ataque final - destruição da identidade nacional ucraniana - ocorreu em 1932-33, e traduziu-se na morte pela fome de milhões de ucranianos.      N

DIA DA MARINHA

                                                                       DIA DA MARINHA     No âmbito das Comemorações do Dia da Marinha, que este ano decorrem na cidade do Porto, está o NRP "Sagres" no rio Douro, atracado na Ribeira.   A "Sagres", sempre engalanada, irá receber a visita de multidões: uns, por curiosidade; outros, para melhor se irmanarem com a nossa Marinha, nascida há mais de 700 anos; e muitos outros - não tenho dúvidas - para demonstrarem gratidão por tantos feitos passados, e pelos quais devemos sentir orgulho.      O navio atracou ao cais no porto de Honolulu (Hawai), onde era aguardado por uma multidão de gente, na quase totalidade luso-americanos: avós, filhos e netos, descendentes de portugueses que em tempos emigraram.      Logo que o navio ficou aberto a visitas, todos queriam ser os primeiros a entrar a bordo, tal era a ansiedade. Com muito gosto e alegria foram recebidos!      Recordo um nosso compatriota, de avançada idade, subir o porta

25 MIL

                                                                                                                                                                                                   25 MIL     Como o próprio nome indica, o IUC (i - u - cê) é o imposto que faz com que tudo o que circula é obrigado a pagar: automóveis e motas, camiões e camionetas. Novos ou velhos, todos sujeitos a uma inspecção anual para se melhorar a segurança das pessoas e o ambiente: travões, luzes, pneus, emissões de gases - e tudo se paga!      A segurança está primeiro! Ora:     Se os carros não satisfizerem os parâmetros de segurança na inspecção periódica anual, não podem circular.      Se por se circular se paga o IUC, quem não puder comprovadamente circular não tem que o pagar.      Se, ainda na mesma área, os centros de inspecção autorizados detectarem níveis de emissões poluentes para além dos limites estabelecidos, os carros não podem circular.      Cristalidade clara!      Acontece que, por