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Showing posts from December, 2006
UMA FOTOGRAFIA DA CÂMARA Foi editada por Alberto Ferreira (P.da Batalha-Porto) e tem como número de registo 195/3, a magnífica fotografia dos nossos Paços do Concelho, que nos atira para a memória dos tempos. Não consegui determinar a data, o que pouco importa, por agora. O que mais interessa é o retrato que podemos imaginar da nossa Terra nessas décadas passadas, quando a população era relativamente pequena, os criminosos poucos e os gatunos um bocado mais. Nada que se compare aos dias de hoje! A legenda da fotografia parece agora querer chamar-nos à realidade dos tempos que correm, lembrando-nos algumas das valências da nossa "Casa Grande", e que diz: "Póvoa de Varzim - Casa da Câmara e Cadeia".
OS BURROS TÊM PENAS? Leio no "Póvoa Semanário" (on-line) e pasmo ao saber que na reunião camarária de ontem, 18 de Dezembro, presidida por Aires Pereira (o presidente voltou a faltar), foram rejeitadas as propostas dos vereadores socialistas no sentido de se fazerem ligações subterrâneas no parque de estacionamento da Avenida Mouzinho: uma com saída junto ao Garrett e outra junto ao Mercado. Estacionando os carros no parque, as pessoas não teriam que vir e andar à superfície (à chuva e ao vento). Seria melhorar a qualidade de vida. Assim se faz noutras cidades geridas por pessoas que sabem pensar e colher ideias. A justificação apresentada para a rejeição não tem pés nem cabeça. Se a "científica" concepção do parque não se lembrou da ideia, podiam ao menos aproveitá-la agora, dada de " mão beijada". A demagogia, o orgulho saloio e a falta de senso sobrepuseram-se aos interesses da cidade!
REFLEXÃO E ACÇÃO É tempo de alguém fazer uma pausa na torrente do pensamento irreflectido e na acção desviada do objectivo dignificador. É tempo de se reflectir sobre erros cometidos por força da ambição, quando se julgam poderosos. É tempo de pensar que a Humildade é uma Virtude e que a Verdade enobrece o Homem. É também tempo de agir no sentido de acabar com a arrogância , com a mentira, com a hipocrisia e com a injustiça. É esse o dever do Homem que tem uma missão cívica a cumprir. É tempo de agir! (P.S.- o texto anterior, "A Cidade Derrubada", foi muito bem interpretado por "rouxinol de bernardim", o que muito me agradou, porque foi justamente essa a intenção que me levou a recorrer a Joaquim Pessoa. A poesia mostrou a sua força interventiva !).
A CIDADE DERRUBADA Aqui é uma cidade. As árvores rastejam. Um punho ferido desce das janelas. O céu é um pulmão de cinza e ar morto. Gritam aves, gritam o silêncio enlouquecido no ventre das mulheres. O amor é um mito nos corpos secos. Apodrece o sol. Aqui é uma cidade. Onde? Que ruas se estendem para o medo? Quem atira o sangue contra as portas? O ódio tatuou os homens. Marcham num cordão de lágrimas. Não olham. Um pelotão de braços tomou conta das fábricas. As pernas arrastam a cegueira. Aqui é uma cidade. Habitam sombras de carne apavorada. Amarrotando a boca. Os olhos empunham a surpresa que a noite clandestina lhes propõe. As mãos estendem-se para as armas, derrubando o muro. O sangue, o grito incrédulo, levanta-se nos dedos. Um povo caminha com a voz. - Poema "A Cidade Derrubada", de Joaquim Pessoa ( in " A Morte Absoluta", livro inédito de 1974).