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Showing posts from November, 2006
VELHOS SÃO OS TRAPOS Contou-me um amigo que experimentou há dias a «oferta» ( que generosos que somos!) de um anúncio na TV, que empresta milhares de euros com a maior das facilidades. Basta telefonar e já está, diz o anúncio e disse-me o meu amigo. A«coisa» parece que funcionava, contou-me. O anúncio parecia ser verdadeiro, e de uma catadupa vieram as perguntas sacramentais («estou a falar com o senhor...», morada e pontos de contacto, montante pretendido); e, por fim: data de nascimento? Resposta fatal: o meu amigo acabara de festejar os seus 65 anos e, em vez de parabéns, ouviu da menina: «Por ter mais de 65 anos não podemos satisfazer o seu pedido». A miúda parece que é bruxa, desabafou o meu amigo; afinal, aquilo foi só para experimentar o esquema. «Mas, pensando melhor, fico a saber que sou um velho», disse-me por fim.
A PÓVOA EM DIRECTO Como era ao princípio da noite, a iluminação pública deu um certo ar de magia à longa Avenida Mousinho de Albuqureque, despida de árvores, mostrada numa reportagem da televisão pública, no início desta semana. Gostei de ver ali retratada parte da nossa Póvoa, a propósito da construção do parque de estacionamento subterrâneo e do arranjo da Avenida. Ouviram-se opiniões a favor e opiniões contra, como em tudo na vida acontece ( a gerente da Residencial, disse, escreveu ao senhor presidente da Câmara a expor os seus problemas, e nem resposta recebeu). Entrevistando o presidente da Câmara, em directo, o Dr. Macedo Vieira explicou muito bem, muito bem mesmo, e justificou ainda melhor, o arranjo da Avenida e a construção do parque de estacionamento subterrâneo; e para os mais novos ficou a lição de história daquela parte da cidade: aquela marcante artéria, que vem do início do século passado e foi construída no estilo boulevard , precisa de ser moderniz
MÃE ORGULHOSA E FILHO BURRO Aqui se dá conta da história verídica daquela Mãe extremosa, mulher simples, do povo, que um dia foi à capital assistir ao Juramento de Bandeira do seu filho, que havia sido chamado às sortes, para servir a Pátria. O recruta era tido como bom moço, educado, amigo do seu amigo, respeitador e disciplinado. Porém, os instrutores e os próprios camaradas achavam-no um pouco burro. Em boa verdade, era até bastante burro, benza-o Deus, que nem marchar conseguira aprender! No dia da festa, desfilava garbosa a Companhia, marchando os mancebos ao ritmo dos tambores: esquerdo, direito, esquerdo, direito... Ao passar em frente à tribuna reservada aos familiares e amigos, a Mãe extremosa não conteve uma lágrima de emoção e orgulho, e disse: - «Reparem no meu filho! É o único que vai com o passo certo!» (N.B.- a propósito do pagamento de portagens na «nossa» A28, o semanário «A Voz da Póvoa», de 26.10.2006, apresenta na capa: «Todos contra
O CORNETEIRO Toca a corneta o corneteiro, quando lhe ordenam que toque. Bufa o corneteiro na corneta, que é instrumento de sopro. Sopram-lhe que bufe, e o corneteiro bufa. A música é simples, que o instrumento não dá para muito, e o corneteiro sabe que não tem que saber mais. Toca quando lhe mandam, porque anda a mando o corneteiro. Dispensa o corneteiro partitura, que a música é sempre a mesma. Acrescenta-lhe só, a seu gosto, uma fífia de cada vez que sopra na corneta. Para uma fífia bem tirada, o corneteiro sabe que é preciso saber. Toca o corneteiro, sempre que lhe puxam a arreata; responde-lhe a canzoada, que acorre, aos latidos.